17 de setembro de 2009

Abecedário de Deleuze com legendas em português para download

O Abecedário de Gilles Deleuze é uma realização de Pierre-André Boutang, produzido pelas Éditions Montparnasse, Paris. No Brasil, foi divulgado pela TV Escola, Ministério da Educação. Tradução e Legendas: Raccord.

A série de entrevistas, feita por Claire Parnet, foi filmada nos anos 1988-1989. Lembrando que como diz Deleuze no início da entrevista, o acordo era de que o filme só seria apresentado após sua morte. O filme acabou sendo apresentado, entretanto, com o consentimento de Deleuze, entre novembro de 1994 e maio de 1995, no canal (franco-alemão) de TV Arte. Durante a entrevista, a cada letra do abecedário era apresentada ao filósofo uma palavra com a inicial correspondente, sobre a qual Deleuze discorria livremente.


Elenco:Gilles Deleuze e Claire Parnet
Gênero: Documentário
Diretor: Pierre-André Boutang
Duração: 158 minutos
País de Origem: França
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0408472
Idioma do Audio: Francês
Legendas: Português embutida
Qualidade do Vídeo: VHSRip
Ano de Lançamento: 1988
Vídeo Codec: Real video 9
Resolução: 256 X 192
Formato de Tela: Tela Cheia(4x3)

A de Animal - B de Bebida - C de Cultura - D de Desejo - E de Enfance [Infância] - F de Fidelidade
Parte 1
Parte 2

G de Gauche [esquerda] - H de história - I de idéia - J de joie [alegria] - K de Kant - L de literatura
Parte Única

M de Maladie - N de neurologia - O de opera - P de professor - Q de questão - R de resistência - S de style - T de tênis - U de um - V de viagem - W de Wittgenstein - X, Y de desconhecidos - Z de zigzag
Parte 1
Parte 2


fonte: Café Filosófico

15 de setembro de 2009

Cinema brasileiro cresce 163%, mas público só aumenta 6,6%

Dados da Agência Nacional do Cinema indicam crescimento acelerado da indústria cinematográfica, mas bilheteria não segue a mesma tendência

A produção de filmes nacionais entre 2001 e 2008 aumentou 163%, mas o público desses mesmos filmes cresceu apenas 6,6%. Os cálculos feitos a partir de dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine) mostram que o crescimento da indústria cinematográfica não é acompanhado pelo número de pagantes de ingressos.

Em 2001, foram produzidos 30 filmes nacionais, enquanto em 2008 o número foi de 79. Os dados de 2009 ainda não foram contabilizados. Desde o início do século 21, o principal salto ocorreu entre 2005 e 2006, quando, respectivamente, foram filmados 45 e 72 filmes.

O público, por outro lado, cresceu menos. 7.948.065 milhões de pessoas assistiram aos filmes brasileiros em 2001, enquanto 8.476.129 foram com o mesmo motivo aos cinemas em 2008. O crescimento foi de apenas 6,6 %, representando um número abaixo do melhor ano do cinema nacional no novo milênio.

O melhor ano do século para o cinema nacional, até agora, foi 2003. Mais de 22 milhões de pessoas viram as produções realizadas por estúdios brasileiros, ou seja, 2008 representa uma queda de 61% em relação ao melhor ano. Depois do pico de 2003, a curva de público caiu e estabilizou. No entanto, em 2008 configurou-se um crescimento de 159% em relação a 1995, considerado o ano da retomada e marcado pelo filme “Carlota Joaquina”, de Carla Camurati.


Depois da TV foi a vez das Organizações Globo encamparem com o seu monopólio o mercado cinematográfico brasileiro

O sucesso de 2003 pode ser explicado pelo alto número de lançamentos de sucesso. Sete produções superaram um milhão de espectadores. São elas “Carandiru”, “Lisbela e o Prisioneiro”, “Os Normais”, “Maria, mãe do filho de Deus”, “Xuxa abracadabra”, “Didi, o cupido Trapalhão” e “Deus é brasileiro”. Os sete longas-metragens foram produzidos pela Globo Filmes, que lidera o mercado nacional.

Desconsiderando a variação, mas apenas o ano de 2001 e 2008, é como se, hipoteticamente, cada novo filme lançado no período aumentasse o público nacional em apenas 10.785 mil pessoas.

A cadeia produtiva também possui uma variação de crescimento maior no período. As distribuidoras de filmes nacionais aumentaram em 220% e o número de salas cresceu 82,25%, quando comparamos 2001 com 2008.

Causas e efeitos

O diretor José Alvarenga Jr., que estreiou "Os Normais 2" (foto acima) em agosto, acredita que um dos fatores da variação menor do público em relação à produção são as opções de restrição da linguagem cinematográfica que alguns cineastas fazem. Segundo ele, nem todos os realizadores têm o prazer de falar com o grande público.

“Eu acho, por exemplo, que apesar das boas intenções, um filme por ano se comunicou com a massa de 2003 para cá. Um! Mas é muito pouco. Para você ter um público que descobre que o cinema brasileiro é um grande prazer, você tem que ter quatro, cinco filmes encadeados. É isso que faz o cinema americano ser bom, porque daí você faz a sua escolha”, opina Alvarenga. Ele completa: “Falta para a gente ainda essa quantidade de filmes que tenham esse perfil de querer dialogar com o público grande”.

Ismail Xavier (foto abaixo), professor do curso de Audiovisual da USP, aponta outras causas para o público não crescer. “Há vários fatores: domínio do mercado por Hollywood desde os anos 1920; hábitos do público; verbas necessárias à publicidade, cada vez maiores; aspectos da vida urbana (insegurança) que mantêm as pessoas em casa; preço do ingresso do cinema – hoje, uma diversão de classe média”, afirma.

No entanto, o professor acredita que “a distribuição é mesmo o maior gargalo, mas a exibição também é um problema – muitas cidades sem cinema e a concentração dos cinemas numa certa área nas grandes cidades”.

Álvaro de Carvalho Neto, produtor do filme “Manhã Transfigurada”, fala, por outro lado, que a questão está nas artimanhas da lei de Incentivo: “tem muito autor que prefere pegar o dinheiro do governo, filmar e não distribuir o filme. Ele não vai ter prejuízo”.

Ismail não acredita que esta seja uma prática comum. Para ele, “o fato de um filme já estar pago, não significa que o cineasta não se interessa pela exibição, pois isto seria suicídio cultural”. Alvarenga concorda, pois, para ele, um diretor interessado apenas em ganhar dinheiro, não fará um filme com qualidade.

Incentivo

O vale-cultura, projeto de lei do governo Lula, que pretende levar a população de baixa renda aos espetáculos culturais, pode ser uma saída para aumento do público do cinema. Os trabalhadores até cinco salários-mínimos terão um cartão mensal de R$ 50 que poderá ser gasto com cinema, teatro, CDs ou DVDs.

“O vale-cultura é fundamental, porque um dos problemas do cinema brasileiro é o ingresso que é caro para a classe desprivilegiada. Como essa classe consegue ter acesso ao cinema? “Divã”, que eu fiz recente, está pirateado e você encontra por R$ 4 o DVD. Esse público tem acesso à cultura de uma maneira distorcida, o que é ruim para a cadeia toda, é ruim para mim como autor que não ganha copyright para alguém estar ganhando em cima de mim. O vale-cultura reequilibra um pouco esse jogo, as pessoas passam a ter acesso ao conteúdo com a qualidade que ele foi pensado”, defende Alvarenga.
Abril Online, Rafael Kato, 28/08/2009.

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