20 de fevereiro de 2010

Beckett no Pátio


No Pátio de Letras de Faro, dia 27 às 17h, acontecerá o lançamento em Portugal do livro A poética televisual de Samuel Beckett de Gabriela Borges (foto abaixo) como parte do evento Beckett no Pátio, que conta ainda com a exibição das tele-peças Not I (1972) produzida pela BBC e Quadrat I + II (1982) produzida pela emissora alemã Süddeustcher Rundfunk. No evento terá também duas apresentações multimídias. Na primeira, o ator e prof. António Branco, diretor da FCHS/UALG, apresentará uma criação intermedia a partir das peças de televisão do autor num diálogo entre imagem, som, luz e texto com a leitura dramática da tele-peça Eh Joe (1968). Na segunda, Alexandre Caravela e Gabriela Borges farão uma intervenção experimental sonora e visual com a participação do Prof. Doutor Vítor Reia-Baptista.

O livro A poética televisual de Samuel Beckett é resultado de uma extensa investigação de doutoramento realizada pela professora e investigadora da Universidade do Algarve no Samuel Beckett Centre, Trinity College Dublin, e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e apresenta-se como o primeiro trabalho sistemático realizado em língua portuguesa sobre as peças que Samuel Beckett escreveu e produziu para a televisão.

Esta é uma rara oportunidade para conhecer a poética televisual beckettiana e ter acesso a este
trabalho, que é uma edição brasileira publicada pela editora paulista Annablume, com o apoio da Fapesp (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo, Brasil) e do Ciac (Centro de Investigação em Artes e Comunicação da Universidade do Algarve).

A obra discute a poética televisual de Samuel Beckett elaborada a partir das suas experimentações nos mais diversos media e apresenta uma análise estética e intersemiótica das tele-peças e das transcriações das peças de teatro para a televisão. Além de ter proporcionado a Beckett a possibilidade de expressar o seu olhar estético por meio das formas que criou, a tecnologia televisual se abre para experimentações e indagações a respeito do seu próprio potencial expressivo e artístico.

O argumento usado no livro é o de que a arte pode trazer vida inteligente para a televisão. As tele-peças de Beckett mostram que algumas imagens podem forçar os limites do constante enquadramento e reenquadramento do domínio tecnológico, o qual pode abrir-se para o mistério da arte e para um novo saber fazer da técnica que seja poético.

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