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O filme escrito e interpretado pelo britânico Sacha Baron Cohen, é sobre um repórter de televisão do Cazaquistão, Borat Sagdiyev, que é enviado pelo seu governo aos Estados Unidos para aprender a cultura do “maior e melhor país do mundo”. Em Nova York ele vai abordar estranhos na rua e tentar cumprimentá-los à maneira calorosa de seu país, o que muitos se sentirão agredidos. Algumas cenas são patéticas e Borat incorpora literalmente o clichê do estrangeiro, estúpido e ingênuo, como acreditam muitos americanos, o que nessa leitura boratiana se torna: retardado e descompensado. Em outros momentos ele parte para o absurdo, como defecar em pleno centro da cidade sobre a fachada do imponente edifício do milionário Donald Trump, invadir uma convenção num hotel de luxo completamente nu ou fazer declarações misóginas, incestuosas, raciais e homofóbicas aos seus entrevistados. Ele vai sobretudo pressioná-los até seus limites, seja moral, racional, físico ou crença religiosa.
Fascinado pelo apelo sexual feminino na televisão americana, Borat se apaixona pela atriz de Baywatch, Pámela Anderson, e decide ir na Califórnia para pedir-lhe em casamento. A desculpa é boa e nos leva a atravessar os Estados Unidos de uma costa à outra. Um road-movie à la americana não poderia ser mais oportunista, e ao mesmo tempo, interessante pelo contraste de pessoas que Borat e seu fiel produtor Azamat encontram pelo caminho.
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O Cazaquistão existe de fato? Parece inoportuno ou desnecessário fazer a pergunta se o ator-entrevistador não tivesse feito tanta questão de trazer uma certa verdade ao discurso cinematográfico documental enfatizando as origens do personagem e do filme. Desde os créditos de abertura, a imagem simula o envelhecimento da película como se estivéssemos assistindo um filme feito pelos cazaquistões nos anos 80. A língua que Borat fala não é nem do Cazaquistão nem completamente falsa, e sim uma mistura do hebreu e do polonês. E, ao invés de recriar num estúdio as cenas do Cazaquistão, ele vai à um pequeno vilarejo da Romênia, que em concordância (monetária, com certeza) com os seus residentes, estes aceitam se fazerem passar pelo povo desse longínquo país. Será que hoje numa era globalizada onde Borat será visto no mundo todo, podemos ainda falar em distante ou exótico? Pelo que parece a escolha do Cazaquistão foi completamente aleatória e sem nenhuma razão em particular a não ser o fato de ser um lugar pouco conhecido no ocidente.
Borat me lembra um pouco os últimos filmes de Sérgio Bianchi (Cronicamente inviável e Quanto vale ou é por quilo?) onde há também esta mesma necessidade de levar o discurso documental aos seus limites de crença e descrença da imagem e da narrativa. Será que vivemos numa era tão absurda assim? (Hudson Moura) Tweet
Um comentário:
e uns dos melhores films q ja vi d comedia e nao e nem un ator famosso mais o cara e bom mesmo e da hora o filme gostei msmo tomara q tenha o Borat 2 kkkk
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