28 de dezembro de 2007

Sundance 2008
A programação do Festival de filmes Sundance 2008, que começa no próximo dia 17 em Salt Lake City, Utah, como sempre previlegia o cinema independente americano e as co-produções internacionais. O instituto Sundance, capitaneado pelo ator e diretor Robert Redford, financia co-produções e organiza workshops anualmente onde ajuda a desenvolver roteiros com produtores e diretores independentes de outros países, como foi o caso do cineasta brasileiro Walter Salles e do cineasta mexicano Guillermo Iñarritu. O filme de abertura do festival é In Bruges do irlandês Martin McDonagh com Colin Farrell e Brendan Gleeson (foto acima) no elenco.

Os cineastas brasileiros Juliana Rojas e Marco Dutra estão entre os 12 selecionados na categoria novos projetos de diretores estreantes, com o filme Trabalhar Cansa. Entre outros, concorrem Radu Jude (Romênia), Paz Fabrega (Costa Rica), Braden King (EUA) e Akira Ichinose (Japão). Quatro vencedores serão anunciados em janeiro.
Baixe aqui o catálogo do Festival (inglês) em pdf com a lista completa dos filmes selecionados.

Curta brasileiro vence concurso no Youtube
O brasileiro "Laços" foi o vencedor do concurso internacional de curtas do YouTube, o Project Direct. O filme de Flávia Lacerda terá sessão especial no Festival de Sundance, em janeiro, e seus produtores ganharão US$ 5.000. Clarice, 18, protagonista do curta, filha de Adriana e João Falcão, que cantou na trilha de "Lisbela", também compôs música do vídeo "Laços". A exibição em Sundance faz parte do prêmio. A história da menina que conhece um rapaz bizarro após a morte do pai superou ao menos 19 produções de outros cinco países que estavam na final, mais dezenas que não chegaram perto. O vídeo custou pouco mais de R$ 2.000, rendeu US$ 5.000 e deu a Clarice aquela espécie de reconhecimento imediato que a internet permite. Até a noite da última quinta-feira, sua atuação tinha sido vista 800 mil vezes. Os outros ganhadores foram "Gone in a flash" de Jacob Lewis "My name is Lisa" de Ben Shelton.

Assista o ótimo "Laços" abaixo:




Associação Cultural leva o cinema brasileiro para o Canadá
A Associação Cultural Jangada, responsável pelo Festival de Cinema Brasileiro em Paris, que completará dez anos em 2008, levou a produção brasileira também para o Canadá. Na sexta-feira, dia 14 de dezembro, teve início o Festival du Film Brésilien de Montreal, evento que exibiu 11 títulos, entre ficção e documentários da recente safra brasileira, além de uma mostra com curtas-metragens de animação. Este é o segundo evento do gênero organizado pela Jangada que realizou em Toronto o Brazil Film Fest, lotando a platéia do Royal Ontario Museum. Na programação do festival, “Mulheres do Brasil” (Malu De Martino); “A Máquina” (João Falcão); “Antônia” (Tata Amaral); “O Cheiro do Ralo” (Heitor Dhalia); “Cartola, Música para os Olhos” (Lírio Ferreira e Hilton Lacerda); “Faixa de Areia” (Daniela Kallmann e Flávia Lins e Silva) e “Bendito Fruto” (Sérgio Goldenberg). O Festival du Film Brésilien acontece até 20 de dezembro. Mais informações pelo www.brazilfilmfest.net. Fonte: JB

APCA anuncia vencedores em 9 categorias
A APCA (Associação Paulista dos Críticos de Artes) anunciou os melhores de 2007 nas categorias: artes visuais, cinema, dança, literatura, música popular, rádio, teatro, teatro infantil e televisão. A cerimônia de entrega dos prêmios será em 25 de março. "Jogo de Cena", de Eduardo Coutinho, foi eleito melhor filme; José Padilha, melhor diretor. A exposição "Cinéticos" levou o Grande Prêmio da Crítica em artes plásticas. "O Filho Eterno", de Cristóvão Tezza, ganhou como livro de ficção; "My Fair Lady", espetáculo; e "Paraíso Tropical", novela. Confira aqui a lista completa dos vencedores.
Fonte: Folha de São Paulo



"Tropa de Elite" compete em Berlin e produtor afirma que pirataria ajudou o filme, que também bate recorde de downloads na net

O filme de José Padilha, maior bilheteria do cinema brasileiro este ano, estará entre os 23 que vão disputar a 58.ª edição do evento que acontece em fevereiro. “Tropa de Elite” fará sua estréia internacional no festival, um dos mais importantes do gênero. O brasileiro irá disputar com diretores de várias partes do mundo, como China, México e Alemanha. O filme "Maré, nossa história de amor" (2007) (foto abaixo), da diretora Lúcia Murat, será exibido na sessão Panorama do Festival de Cinema de Berlim, que também apresentará a estréia de Madonna na direção de "Filth and Wisdom" (2008). Além dessas produções, também serão exibidos os filmes espanhóis "Escalofrío" (2008), de Isidro Ortiz, e "Tres días" (2008), de Javier Gutiérrez.

Abrindo o jogo sobre a lógica do negócio de produzir cinema na América Latina, o empresário argentino Eduardo Costantini Jr., que participou da produção do filme "Tropa de Elite", admite que a pirataria do DVD do filme no Brasil teve impactos positivos para o sucesso da produção. Costantini disse que terá lucro com o filme brasileiro. Ele informou ter colocado US$ 2 milhões na produção e espera um retorno de 50% em dois anos, com a carreira internacional da película. A estratégia está traçada: entre o festival norte-americano de Sundance e o de Berlim, na Alemanha, os distribuidores escolheram o segundo. As perspectivas de venda do filme para o mercado europeu são muito grandes, na avaliação do empresário. Ele citou países como França, Itália e Inglaterra em que o filme estrearia em fevereiro.
Fonte: G1/Estadao


Brasil está fora da disputa pelo Globo de Ouro
O Brasil está de fora da disputa pelo Globo de Ouro. Foi divulgada na semana passada a lista dos indicados para a categoria de melhor filme em língua estrangeira. Os candidatos são o romeno que foi Palma de Ouro em Cannes, "4 meses, 3 semanas e 2 dias", de Cristian Mungiu; o polêmico "O Caçador de Pipas", de Marc Forster, de produção americana; o francês "O Escafandro e a Borboleta", de Julian Schnabel; o vencedor do Festival de Veneza, o taiwanês "Lust, Caution", de Ang Lee; e a excelente animação francesa "Persépolis", de Vincent Paronnaud e Marjane Satrapi. "A Casa de Alice", de Chico Teixeira, "Deserto Feliz", de Paulo Caldas, e "O Ano em que meus Pais Saíram de Férias", de Cao Hamburger, haviam sido pré-selecionados para a competição mas não ficaram entre os finalistas.
Fonte: O Globo


Vladimir Carvalho recupera em documentário a trajetória de José Lins do Rego
Cinquenta anos após a morte de José Lins do Rego (1901-1957), o cineasta Vladimir Carvalho (à esquerda na foto com equipe) reconstitui a vida e a personalidade do escritor paraibano no documentário “O Engenho de Zé Lins”. O filme entrou em cartaz em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília na sexta-feira, dia 14 de dezembro. Duplamente premiado no Festival de Brasília 2006 - melhor montagem e prêmio especial do júri -, o filme refaz de maneira apaixonada e original a trajetória do autor. Amigos escritores entrevistados revelam aspectos mais alegres e pitorescos do escritor. Um dos pontos altos está no testemunho da escritora Rachel de Queiroz, que morreu durante a produção do filme, em 2003. Mais emocionado é o longo depoimento do poeta Thiago de Mello. Ele relembra os últimos anos de Lins, quando sofria muito com os efeitos da esquistossomose, o que acarretava hemorragias constantes e grande sofrimento. Há também imagens do antigo engenho pertencente à família Lins do Rego, local hoje em ruínas e ocupado por famílias de sem-terra.
Fonte: JB


Ministério da Cultura publica sete editais
O Ministério da Cultura publicou sete editais de fomento à produção audiovisual. As inscrições para os editais, que destinam R$ 9,8 milhões, podem ser feitas até o dia 29 de fevereiro de 2008. Os editais são para série de animação para TV (dez projetos com valor de R$ 30mil); curta-metragem, infanto-juvenil (20 projetos com valor de até R$ 60 mil); curta-metragem, gênero animação (dez projetos com o valor de até R$ 60 mil); curta-metragem, projeto social (20 projetos com valor de até R$ 30 mil); curta-metragem (20 projetos com valor de até R$ 80 mil); roteiros cinematográficos (dez projetos com valor de R$50 mil); e longa-metragem (cinco projetos com valor de até R$ 1 milhão). Mais informações estão disponíveis no site www.cultura.gov.br
Fonte: Tela Viva

8 de outubro de 2007

Rãs e Batuques: cineasta americano Jason Kohn Manda Bala na alegorização da violência no Brasil

A primeira impressão que temos após assistir o filme Manda Bala (Send a Bullet) é de que foi realizado por um estrangeiro. No entanto, Jason Kohn (foto ao lado), 28 anos, apesar de se considerar como um judeu Nova Iorquino, é filho de brasileira com argentino, este último morador de São Paulo há mais de sete anos. Falar português, ele não fala, preferiu dar esta entrevista em inglês, apesar de compreender um pouco a língua natal de sua mãe. Manda Bala é seu primeiro filme e levou cinco anos para ser concluído. Antes ele havia trabalhado com o famoso documentarista americano Errol Morris (The Thin Blue Line) conhecido por ter adotado certas técnicas da narrativa ficcional no documentário, tornando-o assim tão atraente e enigmático quanto um filme de entretenimento. Aliás, este um dos objetivos de Manda Bala, admitiu o diretor numa conversa com a platéia após a exibição de seu filme nos Estados Unidos.

Mas, o que incomoda em Manda Bala é o seu tom irônico e a sua abundância de clichês sobre a terra brasilis e suas contradições. Na visão de Kohn, todos os males sociais brasileiros são facilmente explicados, e ele mostra o porquê de tanta violência urbana e segregação social: a corrupção política, que se tornou parte da cultura local. Um problema, segundo ele, negligenciado pelo povo e por uma sociedade injusta e mal discutido na mídia e no cinema nacional.

E, como a corrupção integra a cultura brasileira, a “culpa” é de toda a nação e não somente dos políticos e governantes. Nesta roleta russa ninguém escapa na visão do diretor e tudo pode se tornar alvo à ironia e ao sarcasmo. A alegoria no filme vem através da música, principalmente sambas-exaltação e batucadas à la Jorge Ben dos anos 60 e 70, que em descompasso com as imagens gera um segundo discurso. Este muitas vezes é ainda mais provocador e crítico sobre os fatos narrados.

Tudo é potencializado por um “tom” que o próprio diretor me definiu como “impressionista”. Para tal Kohn utiliza uma imagem ímpar de um escândalo envolvendo o senador Jader Barbalho: um ranário. A criação de rãs se torna ponto de referência e análise da situação brasileira. Como um país miserável e atrasado como o Brasil, pode se tornar num dos maiores exportadores de rãs do mundo? Um animal sui generis, que se transforma prato exótico nos restaurantes do primeiro mundo e, que é capaz de comer a própria espécie na falta de alimentação. De um escândalo à outro, ou de uma contradição à outra, o diretor remete à exploração política à pobreza das periferias e à geração de uma das maiores indústrias de seqüestros do mundo. Que por sua vez, gera um dos mais renomados cirurgiões plásticos, especializado em reconstituição de orelhas. Um órgão comumente alvo da violência dos seqüestradores nos pedidos de resgate junto aos familiares das vítimas.

Assim, tudo se torna muito simples e compreensível nas argumentações do filme de Kohn, como um efeito de causa e conseqüência. Não existe nenhum tipo de questionamento e reflexão sociológica, antropológica ou filosófica sobre a situação brasileira mas sim um raciocínio pragmático e cartesiano. Kohn entrevistou uma série de personagens da sociedade brasileira: um executivo de São Paulo, usando pseudônimo e completamente disfarçado, que admite ter colocado dois chips rastreadores de duas companhias de seguro diferentes em seu corpo e ter gasto na blindagem de seu carro de esporte de alto luxo um terço do valor do mesmo; um seqüestrador da periferia paulistana que admite ter seqüestrado, mutilado e matado um sem número de pessoas e que se responsabiliza pela segurança e bem-estar dos moradores da favela; um cirurgião plástico ao lado de sua piscina; uma carioca que conta os horrores de seu seqüestro e a reconstrução de sua orelha; um criador de rãs; um policial da equipe anti-seqüestro; o advogado geral da República e ainda Jader Barbalho que fala de sua dedicação ao povo paraense.

Todas as entrevistas tem uma particularidade, a maioria dos entrevistados aparecem sempre ao lado de seus respectivos tradutores (veja foto ao lado), já que o diretor conduz as entrevistas atrás da câmera em inglês. Esta técnica, segundo o diretor, tem a principal função de evitar as legendas para o público americano, já que ao invés de ouvir apenas em português, eles podem facilmente entender as respostas diretamente traduzidas para o inglês. No entanto, ele substitui em muitos momentos a voz dos entrevistados pela voz dos tradutores o que aumenta ainda mais o distanciamento e desengajamento do filme com o assunto tratado.

No filme não faltam ainda imagens contundes e fortes de revirar o estômago de qualquer mortal, como uma orelha sendo decepada por um seqüestrador, vítimas sendo torturadas em cativeiros, rãs engolindo umas às outras, cirurgião reconstruindo uma orelha. E o que é mais impressionante são as crianças pobres nas ruas do bairro Jaderlândia da periferia de Belém, que se divertem imitando seqüestradores cortando as orelhas de seus seqüestrados. Ironia do destino ou pura coincidência “jornalística” do momento presente? Nada disso, Kohn admite ter pedido às crianças para fazer a mímica da violência.

O filme ganhou dois prêmios num dos festivais mais conceituados do cinema independente, o Sundance, organizado pelo ator Robert Redford: grande prêmio do júri e melhor fotografia (cineasta paranaense Heloísa Passos). Atualmente está em cartaz em algumas salas americanas e participa de vários festivais de cinema como Roma e Vancouver.
No início do filme a primeira imagem é de uma cartela dizendo que o filme não pode ser visto no Brasil. O espectador se prepara para o pior e pode se perguntar: “Que país anti-democrático é este onde a censura ainda persiste?” Nas explicações do diretor, o filme recebeu ameaças de processo na justiça por parte de um dos entrevistados (que o diretor não quer revelar o nome) caso este seja apresentado em solo brasileiro e os produtores não tem dinheiro para arcar com os custos de uma possível defesa judicial. Alegação impressionante visto a qualidade técnica empregada na produção, onde inclusive cada entrevistado tem ao seu dispor um tradutor diferente.

Ao término da projeção do filme, o espectador pode se perguntar: “Afinal quem poderia censurar este filme e com que argumento, já que todas as entrevistas foram concedidas de comum acordo, mesmo a do senador Barbalho, que aliás este não revela absolutamente nada a não ser dos seus benfeitos políticos?” A maioria das imagens e informações sobre os escândalos envolvendo o senador apresentadas no filme de Kohn foram extraídas de jornais e televisões brasileiras. Ou Manda Bala é oportunista ou falta com a “ética-social”, aquela do tato e do cuidado ao lidar com temas polêmicos e delicados de uma sociedade estrangeira. Aliás, um cuidado que todo documentarista deve ter quando mira sua câmera para uma realidade qualquer.

Hudson Moura

Manda Bala (Send a Bullet) (EUA, 2007)
Dir. Jason Kohn

7 de outubro de 2007

YouTube cria concurso internacional de curtas
O portal de vídeos YouTube, do Google, vai organizar um concurso internacional de curtas-metragens. Entre 7 de outubro até 9 de novembro, usuários do Brasil, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Itália e Reino Unido poderão enviar seus vídeos originais de ficção, entre 2 e 7 minutos de duração e falados em inglês ou legendados. Os participantes devem ser maiores de idade e morar legalmente em algum destes países. Um júri presidido pelo diretor Jason Reitman, de "Obrigado por Fumar", e um grupo de especialistas serão encarregados de escolher 20 finalistas entre todos os trabalhos recebidos. Uma vez escolhidos, todos os usuários da comunidade YouTube poderão votar no curta-metragem que preferirem de 23 de novembro até 2 de dezembro.
Fonte: Folha Online

Movimento pede cassação de canais de TV
A ONG Intervozes está liderando um movimento, em conjunto com a UNE, MST e CUT denominado "Campanha por Democracia e Transparência nas Concessões". O grupo vai entrar com ação civil pública na Justiça Federal pedindo a cassação da Mix TV (canal 16 de São Paulo) e do Shop Tour (canal 46/Osasco). O movimento argumenta que esses dois canais, de televendas, extrapolam o limite de 25% de publicidade e não cumprem os princípios constitucionais de que a programação deve ter finalidade educativa, artística, cultural e informativa. Nos próximos dias, outra ação irá pedir a cassação das concessões tipo TVA, outorgadas nos anos 80 para exploração de TV paga. O argumento é que o serviço não existe mais.
Fonte: Folha de São Paulo

Turner conclui aquisição de canais em português e em espanhol
A Turner Broadcasting System, subsidiária do grupo Time Warner, concluiu nesta quinta-feira, 04, a aquisição de sete canais de TV por assinatura da Claxson, empresa que distribui conteúdo em português e em espanhol para diversos países. O negócio foi fechado no final de 2006 a um valor aproximado de US$ 234 milhões. Os canais vendidos foram: Fashion TV, HTV, Infinito, I.Sat, MuchMusic, Retro e Space, que são veiculados em diferentes países da América Latina. Eles passarão a ser operados pela TBS Latin América, presidida por Juan Carlos Urdaneta.
Fonte: Meio&Mensagem Online

Festival do Minuto prorroga inscrições
As inscrições para o primeiro tema do Festival do Minuto foram prorrogadas para 10 de outubro. Até esta data, o festival recebe vídeos com o tema “Tempo Livre”. As produções devem ter até 60 segundos, incluindo os créditos, e poderão ser realizadas em qualquer tipo de equipamento que produza imagens em movimento. Os três melhores vídeos ganharão R$ 1 mil cada. Os vencedores serão anunciados no dia 16 de outubro, no próprio site do Festival. Até o fim do ano serão R$ 40 mil concedidos em prêmios.
Fonte: Tela Viva News

Discursos pró-periferia marcam premiação do Festival do Rio
A 9ª edição do Festival do Rio terminou na quinta-feira (04/10) com o longa "Mutum", de Sandra Kogut, eleito o melhor filme de ficção pelo júri oficial. O conjunto da premiação consagrou, no entanto, o longa curitibano do diretor estreante Marcos Jorge "Estômago". Foi o melhor filme segundo o júri popular e recebeu ainda os troféus de diretor, ator (João Miguel) e o prêmio especial do júri ao ator Babu Santana. O troféu Redentor de melhor filme segundo o júri popular foi entregue pelo ator norte-americano Danny Glover, que, antes de anunciar o vencedor, afirmou ter visitado a comunidade do Vidigal, onde conheceu o trabalho do Nós do Morro. A melhor atriz foi Carla Ribas, por "A Casa de Alice", de Chico Teixeira. Na categoria documentário, foram premiados "Condor", de Roberto Mader (melhor filme segundo o júri oficial), e "Memória para Uso Diário", de Beth Formaggini (eleito pelo voto popular). Cao Guimarães foi escolhido melhor diretor, por "Andarilho". A fusão entre morro e asfalto na produção e na linguagem cinematográfica foi a tônica dos discursos realizados na noite de encerramento do Festival do Rio na quinta-feira (04/10). Filmes como "Maré -Nossa História de Amor", de Lúcia Murat, "Sete Minutos", de Cavi Borges e "Picolé, Pintinho e Pipa", de Gustavo Melo se destacaram na programação do festival, conquistaram prêmios e trouxeram inovações não só estéticas mas na forma de produção. "Sete Minutos", por exemplo, reúne a Cavi, locadora-produtora-agitadora cultural do Humaitá e o Nós do Morro, do Vidigal. Em discurso no Cine Palácio, Gustavo Melo disse: "Se não podemos estar lado a lado na vida real, pelo menos na arte caminhemos juntos". O tema da pirataria audiovisual, que ocupou a noite de abertura do Festival do Rio, no último dia 20, quando a atração exibida foi "Tropa de Elite", de José Padilha, voltou a ser citado no encerramento. A produtora Paula Lavigne, que recebeu o primeiro troféu da noite pelo comercial de uma marca de cerveja inserido em "Ó, Pai, Ó", de Monique Gardenberg, "vendeu seu peixe" dizendo que o merchandising é a melhor opção das marcas se projetarem mesmo num filme que seja pirateado.
Fonte: Folha de São Paulo

Mostra de cinema de São Paulo terá mais de 400 filmes
Os mais novos filmes dos irmãos Coen, Godard e David Lynch são destaques da programação da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O evento contará também com "O Passado", filme do diretor Hector Babenco que abre a 31ª edição do festival. O diretor argentino também é o autor do cartaz do festival. O diretor inovou ao trocar os desenhos dos últimos anos por uma foto, onde ele mesmo posa para a câmera. O público terá acesso a uma seleção com mais de 400 filmes, entre longas, médias e curta-metragens durante duas semanas. Os títulos de diretores que apresentam seus primeiros ou segundos filmes no evento disputarão o troféu Bandeira Paulista, prêmio entregue pelo júri oficial da Mostra. De Cannes, virá o vencedor da Palma de Ouro “4 meses, 3 semanas e 2 dias”, do romeno Cristian Mungiu. De Veneza, o ganhador do Leão de Ouro "Lust, Caution", de Ang Lee, o Leão de prata, "Redacted", de Brian De Palma, e os filmes que deram os prêmios de melhor ator para Brad Pitt (“O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford”) e Cate Blanchett (“I’m Not There”, inspirado em Bob Dylan).
Fonte: G1

Beto Brant abre festival de cinema brasileiro em Londres
Com a projeção do longa "Crime Delicado", de Beto Brant, começa em Londres o festival "Cinema do Brasil, a Literatura nos Filmes", que exibirá até 11 de outubro títulos brasileiros inéditos no Reino Unido. Com obras que datam de 1960 até agora, a mostra pretende destacar a conexão entre a literatura e o cinema brasileiro. Por esse motivo, todos os filmes selecionados para o festival, organizado pelo Barbican Centre de Londres, são baseados em romances e poesias da literatura brasileira. Além do aplaudido "Crime Delicado", serão exibidos "Fica Comigo Esta Noite" e "A Máquina", ambos do diretor João Falcão, e "Raízes do Brasil", do pai do Cinema Novo brasileiro, Nelson Pereira dos Santos, um dos maiores símbolos da sétima arte no Brasil na década de 1960. Promovido pela brasileira Adriana Rouanet, o festival exibirá ainda "Macunaíma", "Lavoura arcaica", "Deus é Brasileiro", "A Hora da Estrela", "Memórias Póstumas", "Achados e Perdidos", "Os Inconfidentes" e "Olga".
Fonte: G1

1 de outubro de 2007

Governo inicia renovação de concessões dos canais de TV. Será que as Tvs brasileiras respondem as exigências legais de promover a educação no país?
O governo federal está começando o processo de renovação das concessões que vencem no próximo dia 5. São as mais importantes da TV brasileira, dentre elas as da Globo em São Paulo, Rio, Brasília, Belo Horizonte e Recife e as da Band, Record, Gazeta e Cultura em São Paulo. Segundo a secretária nacional de Comunicação Eletrônica, Beatriz Silva de Campos Abreu, todas as emissoras já pediram a renovação, e a Anatel está atualmente vistoriando as instalações, enquanto o Ministério das Comunicações checa as certidões apresentadas. O próximo passo será a elaboração de um "informe" da secretaria para a consultoria jurídica do ministério. A consultoria fará um parecer e emitirá minuta de decreto presidencial, com exposição de motivos.
Fonte: Folha de São Paulo

IETV premiará trabalhos acadêmicos sobre televisão
Até 30 de outubro estão abertas as inscrições para a 1ª edição do Prêmio IETV de Pesquisa sobre Televisão. Uma iniciativa do Instituto de Estudos de Televisão, o prêmio terá como tema "O Desafio da Construção de Conteúdo Original para a Televisão Digital". Podem participar trabalhos finais de cursos de graduação e pós-graduação produzidos entre 2006 e 2007. A premiação é dividida em três faixas: R$ 4 mil para tese de doutorado, R$ 2 mil para tese de mestrado e R$ 1 mil para monografia de conclusão de curso.
Fonte: Tela Viva News


Diretor quer levar "Notícias do Planalto" à TV
O diretor Bruno Barreto pretende levar à TV a história do presidente Fernando Collor de Mello (1990-92) e do impeachment que o afastou do poder. Seria uma adaptação do livro "Notícias do Planalto", do jornalista Mario Sergio Conti. Barreto planeja produzir uma saga sobre a história recente do país, com enfoque na ascensão e queda na família Collor de Mello. Por isso, ele imagina um seriado para a TV com seis horas de duração. Antes de começar um novo projeto, contudo, Barreto planeja o lançamento de "174". Ele pretende que o filme concorra ao Urso de Ouro no Festival de Berlim, em fevereiro de 2008.
Fonte: Folha de São Paulo


TV Brasil via rede Ipê
A TV Brasil – Canal Integración pode ser assistida pela internet. Desde o dia 17 é possível acompanhar ao vivo a programação do canal pela rede Ipê, infra-estrutura de alta velocidade de transmissão operada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). A iniciativa é resultado de parceria entre a RNP e a Radiobrás. A TV Brasil surgiu do interesse conjunto dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de criar serviços televisivos destinados ao exterior, com o intuito de estimular o intercâmbio cultural entre os países da América do Sul. Trata-se do primeiro canal público brasileiro com alcance internacional. Para captar o sinal da TV Brasil e viabilizar a transmissão pela rede foi instalada uma antena no alto do prédio da RNP, em Brasília. Esse sinal passa por um processo de digitalização e codificação para ser transmitido pela internet em tempo real. O codificador está hospedado no Internet Data Center da RNP. O sinal da TV Brasil também pode ser captado por cabo, parabólica ou satélite.
TV Brasil: http://gtvd.rnp.br/d-webtv.jsp?id=TV_Brasil
Mais informações: www.tvbrasil.tv.br
Fonte: Fapesp

USP lança canais de vídeos sobre IP abertos ao público
A Coordenadoria da Tecnologia da Informação (CTI) da Universidade de São Paulo lançou na quarta-feira (19/09) a IPTV USP, rede de transmissão de vídeo que utilizará a infra-estrutura da internet para transmitir diariamente conteúdo produzido pela universidade ao público em geral. Com isso, a USP torna-se a primeira universidade da América Latina a desenvolver o sistema, já utilizado em instituições estrangeiras como o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e a Universidade de Madison, nos Estados Unidos. A IPTV USP funcionará como uma biblioteca virtual, com vídeos sob-demanda ao vivo e pré-agendados.
Fonte: Tela Viva News


"Ícones do brega" ganham documentários
Waldick Soriano, Rita Cadillac e Elke Maravilha, figuras consideradas "ícones do brega" ganham documentários sobre sua vida e obra em momento parecido e têm a chance de se tornarem "cults". A atriz Patrícia Pillar está em fase de edição com seu média-metragem sobre Waldick Soriano, com previsão de estréia para o início de 2008. A diretora foi além do clássico "Eu não sou cachorro não" e se encantou ao ouvir outros hits de Waldick Soriano, como "Tortura de Amor", "Dama de Vermelho" e "Você Mudou Demais". Já Elke Maravilha e Rita Cadillac vão ver suas histórias mais cedo no cinema. "Elke", de Julia Rezende, e "Rita Cadillac – a Lady do Povo", de Toni Venturi, estréiam no Festival do Rio, que acontece a partir do dia 20 de setembro. O documentário sobre Elke Maravilha é curta de 14 minutos, fruto da edição de 14 horas de conversa. E o documentário sobre Rita Cadillac foi um dos aprovados pelo programa “Documenta Brasil”, do Ministério da Cultura.
Fonte: G1


Marisa filma Velha Guarda
A cantora vem preparando um documentário há oito anos sobre a Portela e a Velha Guarda da escola. Desde a produção do CD "Tudo Azul", em 1999, Marisa vem estreitando laços com Monarco, Tia Surica, entre outros ilustres da Velha Guarda. A cantora é co-produtora, ao lado da Conspiração Filmes, co-roteirista, personagem constante e até captadora de recursos. Nesta semana, foi filmada a maior cena produzida especialmente para o documentário: uma roda de samba estilizada na Portelinha (antiga sede da escola de samba e atual sede da Velha Guarda, em Oswaldo Cruz, zona norte do Rio) com a participação de Marisa e Zeca Pagodinho. Foi a chance de a cantora interpretar, ao lado dos antigos portelenses, "Volta", música de Manacéa (1921-1995) até hoje inédita. Uma preocupação que tem sido constante da cantora é a preservação de obras como essa. Desde 1999, Marisa vem pedindo licença para vasculhar arquivos de sambistas mortos e ter acesso a cadernos e fitas dos que estão na ativa. Assim nasceu o CD de Argemiro Patrocínio (1922-2003), que ela produziu e lançou em 2002 junto com o de Jair do Cavaquinho (1920-2006).
Fonte: Folha de São Paulo


'O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias é perfeito para o gosto Hollywoodiano!'
O longa-metragem de Cao Hamburger, será o candidato brasileiro na vaga pela disputa do Oscar 2008 de melhor filme estrangeiro. Visto por 357 mil espectadores no Brasil desde sua estréia, em 2006, "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias" aborda a trajetória do garoto Mauro (Michel Joelsas), que se vê sozinho no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, durante a Copa de 70, quando seus pais, militantes políticos de esquerda perseguidos pela ditadura militar, são forçados à clandestinidade. A escolha do filme, entre 18 inscritos, foi feita por unanimidade. Hamburger considera que seu filme tem "uma comunicação universal", mas diz orgulhar-se da avaliação da comissão de que seu longa "é perfeito" para o gosto dos acadêmicos de Hollywood. Fabiano Gullane, produtor do longa de Hamburger, disse que irá "pedir o apoio do MinC, da Agência Nacional do Cinema e do Ministério das Relações Exteriores, conectando todas as instâncias, para apresentar o filme da melhor maneira possível". A Academia divulgará os indicados ao Oscar 2008 no dia 22 de janeiro. A cerimônia de entrega das estatuetas será em 24 de fevereiro.

O filme deve reestrear em outubro nas principais cidades do país. Segundo André Sala, diretor de vendas da distribuidora Buena Vista, boa parte dos exibidores do filme já manifestou interesse no relançamento. O executivo ainda disse que não foram definidas quais e quantas salas devem receber o longa. "O Ano.." estreou no Brasil em novembro de 2006. Ao todo, 68 cópias do filme foram distribuídas. A produção deve ganhar ainda mais destaque no exterior. Até o momento, aproximadamente 20 países já adquiriram cópias. No Estados Unidos, o longa foi lançado pela distribuidora independente City Lights Pictures, e tem estréia marcada para dezembro, em Nova York e Los Angeles. Outras 20 cidades americanas também terão exibições, informou a Gullane Filmes, responsável pela distribuição internacional.
Fonte: Folha de São Paulo

30 de setembro de 2007


O surpreendente A casa de Alice e Fados estão no Festival de Vancouver
O Festival Internacional de Cinema de Vancouver VIFF (27/9 a 12/10) destaca o cinema ecológico com um prêmio de 25mil dólares para o melhor filme que debater ou promover o meio ambiente. Entre os filmes que concorrem ao prêmio estão The Unforeseen de Laura Dunn e Khadak de Peter Brosens. Na programação da mostra Dragões e Tigres do Festival participam entre outros Useless do chinês Jia ZhangKe e Foster Child do filipino Brillante Mendoza. O Festival destaca ainda as aguardadas adaptações de Fugitive Pieces de Jeremy Podeswa, The Stone Angel de Kari Skogland e Atonement de Joe Wright com Keira Knightley. Participam ainda vários filmes já consagrados em outros festivais como Persepolis da iraniana Marjane Satrapi e 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, do romeno Cristian Mungiu e Se, Jie (Luxúria, cuidado), do chinês Ang Lee. Do Brasil estão o excelente A casa de Alice de Chico Teixeira, o antropológico Sonhos de Peixe do russo-americano Kirill Mikhanovsky, Antônia de Tata Amaral e o controverso e sensacionalista documentário Manda Bala do americano Jason Khon. O filme, ganhador de dois prêmios em Sundance, entrelaça criminalidade, corrupção e cirurgia plástica no Brasil. O documentário Fados (foto acima) do lengendário cineasta espanhol Carlos Saura (Cria Cuervos e Carmen) faz uma viagem no mundo da música portuguesa com destaque para artistas brasileiros como Caetano Veloso, Chico Buarque e Cidade Negra.
Retrospectiva de Jia Zhang-ke na Mostra de São Paulo
A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, cuja 31ª edição acontece na cidade em outubro, está repleta de atrações, tais como filmes premiados nos principais festivais e mostras internacionais, a retrospectiva do principal cineasta chinês em atividade e sessão de abertura com o ator mexicano mais famoso do momento. A programação completa ainda não foi fechada, porém mais de 220 filmes já estão confirmados, e as principais seções paralelas, também. Organizada por Leon Cakoff e Renata de Almeida, a Mostra será aberta no dia 19, no Auditório Ibirapuera, com a estréia nacional de "O Passado", o novo longa de Hector Babenco. Inspirado no livro homônimo de Alan Pauls, o filme trata das relações amorosas do jovem tradutor Rimini. O protagonista é o mexicano Gael García Bernal, que, como Babenco, irá ao Ibirapuera. Entre os filmes da programação regular estão trabalhos como o vencedor da Palma de Ouro em Cannes, "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias", do romeno Cristian Mungiu, o argentino "El Otro", de Ariel Rotter, premiado em Berlim neste ano, e "Império dos Sonhos", novo longa de David Lynch. Das retrospectivas, destaque para a de Jia Zhang-ke.
Fonte: Folha de São Paulo


Babelgum faz festival de cinema online

Produções profissionais de curtas e médias-metragens independente podem concorrer a 20 mil euros na premiação do festival que acaba de ser criada pelo serviço de vídeos web Babelgum. O festival de cinema online terá sete categorias (clipe, curta-metragem, documentário, publicidade, animação, social/meio-ambiente e o "Looking For Genius Award", que premiará novos talentos) e o vencedor em cada uma delas ganhará 20 mil euros, além de partilhar a receita publicitária gerada pela exibição do filme. Os vídeos receberão notas dos usuários do serviço, que é gratuito, e os dez mais bem colocados serão julgados por um júri profissional. Os três finalistas serão analisados pelo cineasta Spike Lee, que elegerá o melhor.
Fonte: Tela Viva News


São Paulo recebe em outubro 2ª Mostra de Cinema Nordestino
A 2ª Mostra Paulista de Cinema Nordestino, que acontece em outubro, conta com mais de 40 produções em sua programação. O evento será realizado em diversas cidades de São Paulo, como Taboão da Serra, Santo André e Diadema, e no centro expandido da capital. Durante o festival estarão em cartaz animações gráficas, ficções e documentários de diferentes estados do Nordeste, em curta, média e longa metragem. Segundo os organizadores, a mostra tem como um de seus objetivos levar filmes a um público que não está habituado a ir ao cinema, muitas vezes por falta de dinheiro para o ingresso e até para o ônibus. Com entrada livre, os destaques do evento são os longas "Cinema, Aspirinas e Urubus", "O Céu de Suely", "Árido Movie", "Corisco e Dada" e "Baile Perfumado".
Fonte: Folha Online

Brasileiros competem no Festival de San Sebástian
Os brasileiros Matheus Nachtergaele com "A Festa da Menina Morta" e Werner Schumann com "Sol na Neblina" estão entre os seis finalistas do prêmio Cine em Construção do 55º Festival de Cinema de San Sebástian, que acontece de 20 a 29 de setembro. Na competição oficial, 16 filmes, sendo dois da América Latina, vão concorrer pelo prêmio máximo do concurso, a Concha de Ouro de melhor filme. As obras brasileiras, entretanto, concorrem na categoria que condecora filmes ainda inacabados, destinada a ajudar na finalização das obras de diretores independentes. Na competição principal, o cinema latino-americano será representado pelos filmes "Encarnación" (Argentina), de Anahí Berneri e "Matar a todos" (Uruguai), do diretor Esteban Schoroeder. O cinema da América Latina terá um concurso específico com a sessão Horizonte, uma das várias competições do festival. O Brasil será representado pelos filmes "Baixio das Bestas", de Cláudio Assis, "A Casa de Alice", de Chico Teixeira, "Otávio e as Letras", de Marcelo Masagão e "A Via Láctea", de Lina Chamie.
Fonte: UOL Cinema

Co-produção brasileira ganha prêmio em Montreal
"A Outra Margem", co-produção luso-brasileira entre a Clap Filmes (Portugal) e a Plateau Produções, conquistou o prêmio de melhor ator na 31ª edição do Festival de Filmes do Mundo de Montreal, atribuído aos atores portugueses Filipe Duarte e Tomás de Almeida. A produção teve direção de Luís Filipe Rocha (“Adeus Pai” e “A Passagem da Noite”) e direção de fotografia de Edgar Moura. Segundo Beto Tibiriçá, da Plateau Produções, o filme será lançado no Brasil ainda este ano, durante a 31ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Fonte: Tela Viva News

Novo site vai arquivar e difundir documentários latinos
O site Docfera foi lançado na terça-feira (11/09) com o objetivo de ser uma plataforma através da qual o público terá acesso ao maior arquivo digital do mundo de documentários latino-americanos. O objetivo é conservar, divulgar e distribuir na internet o enorme patrimônio documentário latino-americano nos mais diversos formatos digitais, com a maior qualidade disponível. O site também ajudará produtores a divulgar sua obra e receber online seus direitos autorais. Hirsch é filha de Paul Hirsch, gerente da fundação argentina Antorchas, da brasileira Vitae e da chilena Andes. O Docfera inclui um módulo que permite criar festivais de cinema virtuais. Os membros do júri podem estar em diferentes partes e assistir, discutir, comentar e votar nos filmes. Os produtores podem vender seus documentários de maneira segura, com proteção de direitos autorais, sob o protocolo DRM, que estabelece os níveis de reprodução e cópia de cada obra, acrescentou. Além disso, o sistema permite que os autores acompanhem o destinos de suas obras e de sua renda.
Fonte: Estadão

Fernando Meireles começa a filmar "Ensaio Sobre a Cegueira" e o público poderá
acompanhar seu diário pessoal através de blog
O cineasta brasileiro Fernando Meireles iniciou no sábado (15/09) as filmagens da adaptação cinematográfica do romance de José Saramago "Ensaio Sobre a Cegueira", cujo título em inglês será Blindness, em Montevidéu, capital do Uruguai. Indicado ao Oscar por "Cidade de Deus" e por "O Jardineiro Fiel", o diretor está no comando de uma superprodução internacional, com locações em São Paulo, Toronto e na capital uruguaia. Estrelam o longa as atrizes Julianne Moore, Alice Braga, Sandra Oh, e os atores Mark Rufallo, Gael Garcia Bernal, Danny Glover, entre outros. O filme narra a história de uma epidemia de cegueira que assola um país fictício e que não tem qualquer explicação científica. Julianne Moore interpretará a única personagem da história que, também por razões inexplicáveis, não fica cega. Fernando Meireles conta histórias dos bastidores das filmagens em um blog chamado Diário de Blindness: clique aqui.
Fonte: JB

Brasil vai concorrer com oito filmes em festival francês
Oito filmes de cineastas brasileiros concorrem na seção oficial do Festival de Biarritz - Cinema e Culturas da América Latina 2007, que será realizado na cidade francesa entre 24 e 30 de setembro com a exibição de cem películas. O Brasil será representado com os longas-metragens de ficção "Ó Pai, Ó", de Monique Gardenberg, "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias", de Cao Hamburguer, e pelos documentários "Elevado 3.5", de João Sodré, Maira Buhler e Paulo Pastolero, "Los Paraguayos", de Marcelo Martinessi, e "O Coco, a Roda, o Pneu e o Farol", de Mariana Fortes. Entre os curtas-metragens, participam "O Próximo", de Maya Rizzo, "A Peste de Janice", de Rafael Figueiredo, e "Picolé, Pintinho e Pipa", de Gustavo Melo, e, fora da competição, a diretora Sandra Kogut vai mostar o filme "Mutum". Serão atribuídos os prêmios El Abrazo para melhor longa-metragem, melhor interpretação feminina, melhor interpretação masculina, melhor curta-metragem e prêmios do público France Bleu Pays Basque.
Fonte: Folha Online

"Aboio" resgata o canto esquecido dos vaqueiros
Dois anos depois de ter sido exibido no Festival do Rio - e também de ser premiado no Festival Internacional de Documentários "É Tudo Verdade" -, estréia "Aboio" da mineira Marília Rocha. O longo tempo dá um pouco a idéia das dificuldades que o gênero enfrenta no mercado. E o documentário não tem feito feio num mercado que anda refratário às ficções brasileiras. Para o seu tamanho, e para o seu lançamento, "Santiago", de João Moreira Salles, pode ser considerado um sucesso maior do que produções ambiciosas como "Antônia" e "Cidade dos Homens", sem que se pretenda com isso desqualificar os trabalhos de Tata Amaral e Paulo Morelli. "Aboio" nasceu de uma pesquisa da diretora sobre o universo de João Guimarães Rosa e Mário de Andrade. Nas obras dos autores, ela encontrou repetidas referências ao aboio, ou seja, ao canto que os vaqueiros utilizam para chamar o gado. Atraída pela idéia, Marília percorreu o norte de Minas, entrou pela Bahia e chegou a Pernambuco, sempre em busca de aboiadores.
Fonte: Estadão

9 de setembro de 2007

Entre o mundo dos deuses e o dos homens, nasce Heracles

Heracles é um jovem negro da periferia de São Paulo, que no seu primeiro dia de trabalho, após um tempo preso na Febem, tem que realizar doze tarefas para ser efetivado como motoboy. Ele vai rodar a cidade e nos levar a conhecer uma série de pessoas da sociedade paulistana que não poderia ser menos do que um desejo de retratar o país. Heracles, em voz over, é também aquele que conhece o passado, o presente e o futuro daqueles que cruzam seu caminho. Não que essas pessoas sejam caricaturas da sociedade, mas porque elas dificilmente sobresairão do destino a que lhes foram impostas. Uma filosofia oposta ao discurso do sonho americano, onde tudo é possível e realizável.

A cada curva de esquina, entre um carro e outro e entre uma entrega e outra, o aprendiz de motoboy não se deixa sucumbir pelos percalços que a cidade lhe impõe e consegue se safar das situações mais constrangedoras. O drama do filme reside nesses pequenos empecilhos que como ninguém Heracles sabe driblar e corromper: a discriminação social, a injustiça, os desmandos. Estamos longe do herói sofredor que as mazelas de uma grande cidade o acaba por engolir e mesmo matar como em O homem que virou suco de João Batista de Andrade, Pixote de Hector Babenco ou A hora da estrela de Suzana Amaral. Heracles habita e faz parte de São Paulo tanto quanto os motoboys pertencem ao trânsito das ruas paulistanas. Talvez por isto que a cidade lhe é também acolhedora, e não faltam pessoas que o ajudarão a vencer os desafios.

Heracles não somente conhece e antecipa os destinos alheios, como também tenta sublimar as mazelas cotidianas através de um ponto de vista filosófico. Assim como na sua premissa inicial quando diz que “o lugar onde se nasce já determina o que ou quem a pessoa vai ser”, valesse também para o seu nome vindo da mitologia grega, que lhe deram para salvá-lo de uma doença de nascença, já lhe dotasse de antemão de uma voz filosófica, madura e crítica sobre a sociedade.

A tragédia não deixará de atravessar o caminho do motoboy. No entanto, o drama não vai muito além dos créditos finais, pois o filme opta por um tom otimista e sonhador, e nos leva ao encontro de uma redenção possível. Pelo menos aquela do “espírito”. Atualmente o filme em cartaz no Festival Latino Americano de Vancouver, Os 12 trabalhos (2006) do premiado cineasta do filme De passagem (2003), Ricardo Elias, já rodou os festivais de Berlin, Palm Springs, Miami, San Diego e Chicago. O filme foi premiado em San Sebastian (Espanha), Havana (Cuba), Festival do Rio e levou seis prêmios no Festival de Pernambuco. Não é para menos, afinal a trilha musical de André Abujamra e a seleção de atores, em especial o protagonista Sidney Santiago e Flávio Bauraqui, são realmente de tirar o chapéu. Os 12 trabalhos é São Paulo na sua máxima essência, aquela sublimada apesar de “concreta”.
Hudson Moura


Assista o trailer:


3 de setembro de 2007

Série de documentários argentinos explora o tema das Fronteiras culturais e midiáticas


Fronteras argentinas: Donde se cruzan el cine y la TV

Las fronteras son lugares de paso, espacios donde conviven diferentes culturas, identidades y Estados. También son lugares de intercambio. Con ese espíritu, un grupo de realizadores de cine fueron convocados para dirigir una serie de documentales para la televisión con las fronteras como tema central.

Producido juntamente con la Secretaría de Cultura de la Nación, el Instituto Nacional de Cine y Artes Audiovisuales y el canal Encuentro, la serie Fronteras argentinas , que será emitida a partir de mañana por esa señal, indaga en lo que sucede en esos límites externos e internos de nuestro país, desde la mirada de un director de cine.

"Elegimos el tema porque coincide con una mirada más amplia acerca de la cultura, que no tiene que ver simplemente con la promoción de las bellas artes, sino también con otras cuestiones como la construcción de ciudadanía; la defensa de los derechos, en general y, entre ellos, los culturales; la identidad; la diversidad; una serie de temas que hacen a una mirada más amplia y compleja de la cultura -explica Diego Marquis, productor general del ciclo-. Nos parece que las fronteras son lugares donde justamente todo eso entra en juego y donde es posible encontrar cruces atractivos que se puedan convertir en programas de televisión."

Los cineastas elegidos para el proyecto son Eduardo Yedlin, Cristián Pauls, Verónica Chen, Gustavo Tieffenberg, Albertina Carri, Diego Lerman, Sergio Wolf, Andrés Di Tella, Roberto Barandalla, Jorge Gaggero, Enrique Bellande, Ignacio Masllorens, Albertina Carri, Pablo Trapero, Gianfranco Quattrini y Sebastián Antico. Cada uno recibió como propuesta una frontera para filmar y fueron asesorados por el antropólogo y especialista en el tema Alejandro Grimson.

"Buscamos directores que hubiesen realizado trabajos cinematográficos atractivos, aunque no necesariamente fueran documentales -sigue Marquis-. Por otro lado, queríamos que se entusiasmaran con el ciclo, porque la verdad es que no es un proyecto que reporte un beneficio económico importante. Al contrario: los presupuestos son muy acotados. El aproximado de cada documental es de 40 mil pesos, y cada director está cobrando unos 2500 pesos de honorarios, que es muy poco en relación con lo que se gana haciendo otras películas o trabajando en publicidad."

Fronteras internas

Marquis comenta que, al principio, los directores tuvieron bastante libertad para elegir en qué frontera querían hacer su documental, pero después tuvieron que acotar la geografía para asegurarse de que no se repitieran los lugares elegidos. Otra cuestión de gran importancia para los productores era que no se tratara sólo de fronteras externas sino también internas.

"Las fronteras externas, que son las más claras, son fronteras explícitas, donde de allá para acá es una cosa y de acá para allá es otra. Eso constituye en estados a las naciones. Pero luego hay un montón de otras fronteras, que llamamos internas, que tienen que ver con otro tipo de diferenciaciones. Por ejemplo, la de Trapero es una frontera interna que es una cárcel; o la de Carri, que es el cruce entre la ciudad y el conurbano. En el documental de Wolf, que es en la frontera entre la Argentina y Brasil, él hace un recorrido a través del río, y hay lugares donde no hay frontera, si bien de un lado es Brasil y del otro es la Argentina. Hay otras que son muy externas, como en el documental de Verónica Chen, que es en el Canal de Beagle", explica Marquis.

Otras fronteras de las que se ocupan los documentales del ciclo son el aeropuerto de Ezeiza (Tieffenberg); las comunidades guaraníes en Salta (Lerman); la zanja de Alsina (Di Tella); el Paso de Jama (Pauls); Gualeguaychú-Fray Bentos (Barandalla-Gaggero); Trevelin (Masllorens), y la frontera con Paraguay (Quattrini-Antico).

La línea imaginaria

"Si yo no estuviese, la frontera no existiría", dice un oficial de Prefectura Naval y tripulante de El Mantilla, en el documental Altamar , de Eduardo Yedlin. La formación tiene cierta verdad, ya que la frontera que retrata Yedlin es, tal vez, la menos visible de todas: las 200 millas marítimas. Esta medida (son aproximadamente 350 kilómetros), tomada desde la costa, indica el límite donde el mar deja de ser de uso comercial exclusivo de un país.

Altamar , que se emitirá mañana, a las 21, y será el primero del ciclo, presenta la vida a bordo de El Mantilla, entre imágenes del océano y el ruido de las olas. Esta embarcación es propiedad de la Prefectura Naval Argentina y sus tripulantes son oficiales encargados de controlar que ningún barco extranjero pesque en aguas argentinas.

Durante el viaje desde Comodoro Rivadavia hasta Buenos Aires, el documental muestra cómo estos hombres, que viven en altamar durante un mes completo, comen, miran películas, se encuentran con un sospechoso barco pesquero chino, cuentan sus experiencias y muestran un particular orgullo por el trabajo que les toca realizar.

Internas o externas; visibles o una convención dibujada en un mapa, las fronteras marcan el fin de algo y el comienzo de otra cosa distinta. Estos documentales llevarán a cada hogar imágenes de las fronteras y, al mismo tiempo, cruzarán el límite que divide al cine de la televisión.

Por María Fernanda Mugica, LA NACION

Los 13 documentales

Altamar, de E. Yedlin.
Servicios prestados, de Diego Lerman.
Por la razón y por la fuerza, de Verónica Chen.
Las orillas, de Sergio Wolf.
Ojos de cielo, de C. Pauls.
Pablo Dacal y el misterio del lago Rosario, de Ignacio Masllorens.
Tracción a sangre, de Albertina Carri.
La zanja de Alsina, de Andrés Di Tella.
Ezeiza, de G. Tieffenberg.
Intersecciones, de Pablo Trapero.
Fragmentos de una frontera, de R. Barandalla y J. Gaggero.
Misión La Paz, de G. Quattrini y S. Antico.
Fronteras internas, de E. Bellande.

A foto acima é do filme Histórias Mínimas, de Carlos Sorín, outro filme argentino que explora o tema das fronteiras e do movimento.

Os 12 trabalhos de Ricardo Elias ilustra o cartaz do Festival Latino Americano de Vancouver

A quinta edição do VLAFF faz uma homenagem ao cinema argentino, que atualmente tem uma das mais ativas produções cinematográficas da América Latina com 60 filmes anuais. Entre eles estão Las Hermanas de Julia Solomonoff, Las Manos de Alejandro Doria, Cronica de una fuga de Israel Adrián Caetano e Luna de Avellaneda de Juan José Campanella com o prolífico ator Ricardo Darín que encerra o festival no dia 12. Outros destaques vão para o cinema mexicano como a co-produção, inédita, Imitation de Federico Hidalgo sobre a integração dos imigrantes latinos na cidade de Montreal estrelado pela celebrada atriz mexicana Vanessa Bauche e, ainda, Drama de Gerardo Naranjo e Ojo en la nuca de Rodrigo Plá, um triller sobre a prestação de contas com a ditadura militar no Uruguai. Gael Garcia Bernal interpreta um exilado que volta à sua terra natal e propõe um duelo com o militar que supostamente tenha desaparecido com o seu pai.

Além dos Os 12 trabalhos (foto, cartaz do festival), o Brasil está presente ainda com o premiado O cheiro do Ralo de Heitor Dhalia com Selton Mello, e os curtas Paralelos de Alexandro Basso, Crisalidas de Fernando Mendes e O diário de Nana de Paschoal Samora, sobre as andanças de Naná Vasconcelos pelo recôncavo baiano em busca da "música do espírito e o espírito da música".


"Mutum", de Sandra Kogut, estará em Toronto

O Festival Internacional de Cinema de Toronto divulgou os 352 filmes que serão exibidos na mostra, de 6 a 15/9. Além de "O Passado" (co-produção com a Argentina), de Hector Babenco, que já havia sido anunciado, há mais dois brasileiros escolhidos: "Mutum", de Sandra Kogut, e "O Banheiro do Papa", de Enrique Fernandes e César Charlone (co-produção com Uruguai e França).


IV Curta Vídeo Votorantim tem inscrições abertas

As inscrições para a quarta edição do Curta Vídeo Votorantim ficam abertas até 06 de setembro. Serão aceitas produções em qualquer formato, com duração máxima de 15 minutos. O primeiro lugar ganhará prêmio no valor de R$ 1.500, o segundo lugar leva R$ 1.000 e o terceiro R$ 500, mesma premiação do júri popular. O evento acontece de 11 a 14 de outubro, na cidade de Votorantim (SP).
Fonte: Tela Viva News, 30/08


“Cleópatra”, com Alessandra Negrini, é aplaudido em Veneza

O filme "Cleópatra", de Julio Bressane, teve sua primeira projeção pública em sessão na Bienal de Veneza no sábado(01/09). O longa, que traz a atriz Alessandra Negrini no papel-título, foi bastante aplaudido. O filme é uma espécie de viagem interior ao universo da rainha egípcia. Bressane foi convidado pessoalmente pelo diretor da Mostra veneziana, Marco Muller, para contar à sua maneira a complexidade da figura de Cleópatra. O longa tem cenografia marcada pela estilização da cultura egípcia, ambientado com cores alaranjadas e acobreadas, com figuras geométricas e cenas rodadas nos sugestivos penhascos do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro. Bressane, que trabalhou durante 15 anos no tema e fez diversas pesquisas sobre a vida de Cleópatra, consultando os textos de Plutarco, obteve uma iconografia especial, exótica, graças a moedas e esculturas da época.
Fonte: G1, 02/09


“Tropa de Elite” vai abrir o Festival do Rio

O filme vai abrir o Festival do Rio, no dia 20 de setembro, em sessão de gala. Há cerca de um mês, uma versão não-finalizada do longa vazou, começou a ser comercializada em DVDs piratas e por download na web e virou um sucesso de vendas nesses mercados. Com o vazamento, a distribuidora responsável pelo lançamento da produção no Brasil, a Paramount, decidiu também antecipar a estréia em circuito para 12 de outubro. A distribuidora prepara uma campanha de lançamento de “Tropa de Elite” que une a divulgação do longa à luta contra a pirataria. Dirigido pelo diretor José Padilha e escrito pelo roteirista de “Cidade de Deus”, Bráulio Mantovani, “Tropa de Elite” é inspirado no livro “Elite da tropa”, que revela os bastidores da atuação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) em favelas cariocas. No elenco, estão Wagner Moura, Caio Junqueira e André Ramiro.
Fonte: G1, 28/08


Festival de Cinema de Brasília tem inscrições abertas

O 40º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que acontece de 20 a 27 de novembro, está com inscrições abertas até 30 de setembro. O festival, com patrocínio da Petrobras, distribuirá um total de R$ 345 mil aos vencedores. Podem participar das mostras competitivas em 16 mm e 35 mm, filmes brasileiros de longa, média ou curta-metragens concluídos a partir de outubro de 2006.
Fonte: Tela Viva News, 31/08

29 de agosto de 2007

Do armário para as telas

O cinema Queer vem ganhando espaço e se inserindo cada vez mais no debate político e social. Esse cinema sobre o mundo gay, lésbico e transexual, vem articulando seu discurso próprio sobre a descoberta e a afirmação sexual à temas atuais como o ativismo social, o debate político, o exílio e a imigração ilegal.

The Bubble (Ha Buah, 2006)(A bolha, tradução literal) do israelense Eytan Fox é uma história de amor entre um palestino e um israelense, à la Romeo e Julieta, onde incorpora o debate político entre as duas culturas no drama existencial dos protagonistas. Enquanto o personagem israelense se questiona sobre o seu papel como soldado de fronteira, o palestino tenta revelar sua opção sexual junto à sua família. O que torna o filme excepcionalmente bem realizado é a tensão entre a afirmação sexual e política dos personagens. O drama oscila constantemente entre os dois terrenos tentando se equilibrar num fio perigoso e extremamente instável. A passagem da fronteira entre Israel e o território palestino aumenta a tensão da intriga do filme e coloca tudo em suspensão, a possibilidade de uma relação estável entre dois homens de culturas opostas. O final do filme é tanto credível quanto absurdo, e coloca os espectadores numa posição difícil. A insensatez da guerra se torna a insensatez da discriminação contra os homossexuais.

Esses questionamentos sobre a aceitação de casais homossexuais e os conflitos sociais estão fortemente presentes no filme Riparo – Anis tra di noi (Shelter me ou Abrigo, Anis entre nós, tradução literal, 2006) do italiano Marco S. Puccioni. A multitalentosa e poliglota atriz e diretora portuguesa Maria de Medeiros, interpreta uma executiva italiana, Ana, que acaba, à contra-gosto, traficando um clandestino em seu carro na volta de uma viagem de férias na Tunísia. Anis, um adolescente marroquino, entra assim como mais um ponto de diferença na vida do casal lésbico. Enquanto, Ana resolve ajudar o rapaz, Mara, que trabalha como operária na fábrica de sapatos da família da amante, não concorda em abrigá-lo em sua casa. E a carga dramática do filme não pára por aí. As duas tem ainda que lidar com a rejeição da mãe de uma e o pai hospitalizado e esquizofrênico da outra.

Anis surge assim como um ponto de discórdia entre elas que acaba se tornando uma válvula de escape para uma relação por demais complexa. O personagem de Anis vai revelar ainda uma difícil situação dos imigrantes ilegais na Itália. Ele é o bom ingênuo de uma sociedade tradicional, que coloca questões simples e arcaicas mas que se revelam mais complexo do que se imagina: “Uma mulher precisar casar e ter um marido,” argumenta o rapaz dentro da sua obviedade das coisas. Incapaz de respondê-lo, Ana mostra a mesma inabilidade em lidar com o altruísmo e a compaixão “capitalista”. Até onde uma relação à dois existe por amor ou por conveniência? Até onde vai nossa aceitação aos diferentes?

Os curtas Borderless me (Não me fronteire, tradução literal, 2007, 12 min) (foto abaixo) de Setareh Mohammadi e Checkpoint (Ponto de revista, tradução literal, 2007, 14 min) de Alex Mah enfatizam os dramas da imigração e da discriminação sexual como temas principais dos documentários. Enquanto o primeiro coloca no centro do quadro o depoimento de uma transexual iraniana sobre os conflitos da aceitação social e sexual, o segundo entrelaça os depoimentos de sete transexuais imigrantes, que preferem não mostrarem seus rostos. Eles relatam a dificuldade em carregar uma carteira de identidade que pós-cirurgia de mudança de sexo não mais os corresponde. Como não se identificar ou ter piedade pelas histórias sofridas de seus entrevistados? Como construir imageticamente depoimentos tão dramáticos? Ambos filmes foram realizados dentro do projeto Firstout Vídeo do Festival do Cinema Queer de Vancouver, o qual dá oportunidade e treinamento a jovens gays para realizarem seus primeiros audiovisuais dentro da problemática do festival. O resultado é impressionante. Os vídeos saem do lugar comum e mostram temas maduros e complexos à serem realizados. Mesmo que Mohammadi opte pela maneira mais simples do documentário, ou seja, um entrevistado narrando a sua história para a câmera, a complexidade vem na narração e no grau de confiança entre diretor e personagem. Um depoimento forte e lúcido não somente sobre a sua condição pessoal mas principalmente sobre a sociedade canadense. As imagens de Quvi é constantemente remetida à imagens translúcidas e plácidas de lagos e de paisagens naturais, um contraste tão forte quanto a obstinação e certeza sobre a sua opção, para ela “natural”, da mudança de sexo. Outro desafio ainda mais desencorajador para o jovem documentarista Alex Mah estaria desde o ponto de partida de seu filme. Como ilustrar um documentário baseado em depoimentos pessoais, no qual os depoentes se opõem em serem vistos? A montagem são de vozes, de depoimentos que ecoam nas imagens da cidade na qual essas “novas” mulheres de vozes masculinas habitam. E, surpreendentemente, elas habitam também o filme. E, suas narrativas soam compreensíveis e encadeadas. O espectador não se perde entre um depoimento e outro que a medida que o filme avança se tornam cada vez menos abstratos. Seus rostos, assim, se tornam “irrelevantes” para entendermos a complexidade que vivem essas pessoas em habitar novos sexos e construírem novas “identidades”.

Acervo de Glauber está aclimatado

O Centro de Documentação Lúcia Rocha foi inaugurado na segunda-feira (22/08) com o objetivo de proteger os cerca de 50 mil documentos do cineasta: roteiros, peças, originais de livros, artigos de jornal, projetos inéditos ou inacabados e até os papéis que ele, após rascunhar ou desenhar, jogava fora. Trata-se de uma sala com controle de temperatura e umidade e à prova de incêndio que
fica dentro do Tempo Glauber, um casarão em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, que é a sede da memória do cineasta. Por enquanto, 17 mil documentos já foram recuperados e acondicionados pela equipe de arquivistas coordenada por Paulo Amar. O restante, acrescido de um conjunto de 7.000 fotografias, estará pronto até março de 2008, quando Glauber completaria 70 anos.
Fonte: Folha de São Paulo, 22/08


Desigualdades continuam na distribuição de filmes no Brasil, apenas 11% dos produtores concentram quase 60% do público

Durante o último dia da Feira Internacional da Indústria do Cinema e do Audiovisual (FIICAV 2007), a Ancine mostrou números que provam que a imensa maioria das produtoras brasileiras não produziram mais de um filme para o cinema. Segundo a pesquisa, no período de 1995 a 2006 foram lançados 370 filmes, de 197 produtores diferentes, dirigidos por 242 diretores distintos. Considerando-se filmes de ficção, a pesquisa separou as produtoras em categorias pelo número de filmes lançados: as que conseguiram lançar um, dois ou três filmes. Entre essas produtoras, 66% lançaram apenas um filme. Essas produções ficaram com apenas 13% do público. Enquanto isso, 11% das produtoras lançaram três ou mais filmes e ficaram com 59% do público. Entre as produtoras com mais de três filmes, apenas 35% das obras tiveram menos de 30 mil espectadores. Esse número vai para 56% quando se fala em filmes feitos por produtoras que realizaram apenas um filme no período.
Fonte: Tela Viva News, 22/08


É Tudo Verdade abre inscrições para documentários nacionais

O festival É Tudo Verdade abriu inscrições para os documentários nacionais até 10 de dezembro. A edição 2008 do evento acontece de 27 de março a 6 de abril e cria o critério de ineditismo para longas e médias que quiserem entrar na competição. Os curtas estão isentos dessa obrigação. Pelo segundo ano, o Prêmio CPFL/É Tudo Verdade dará R$ 100 mil ao vencedor.


Procuradoria vai limitar merchandising

Um grupo de procuradores da República que atua na área de comunicação social está preparando uma recomendação para as TVs afim de regulamentar o merchandising na TV. De acordo com Fernando de Almeida Martins, procurador da República em Minas Gerais e integrante do grupo, o merchandising dissimulado na programação ou em cenas de novelas é uma prática ilegal. Ele se baseia no artigo 36 do Código de Defesa do Consumidor, que diz que "a publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal". A iniciativa surpreendeu as redes, que preferem não comentar o assunto até serem notificadas. O merchandising é uma poderosa forma de obter receitas. Só a Globo chega a faturar mais de R$ 40 milhões em merchandising em novelas das oito, o que paga quase todo o custo de produção.
Fonte: Folha de São Paulo, 21/08


GNT abre inscrições para selecionar novos projetos para 2008

O 4º Pitching GNT está com inscrições abertas para selecionar novos projetos de séries para a grade do canal em 2008. As inscrições vão até 14 de setembro. As propostas serão analisadas por uma comissão formada por executivos de diferentes áreas da Globosat e do canal. A avaliação vai considerar o conteúdo, formato, alcance de público, atrativo comercial e adequação ao perfil do canal, que tem como público alvo mulheres e homens entre 25 e 49 anos.
Fonte: Blue Bus, 23/08


ABTA é contra cotas para conteúdo nacional

A Associação Brasileira de TV por Assinatura é contrária quando se fala de fixação de cotas para a veiculação de programas com conteúdo nacional. Há um questionamento sobre como estes percentuais poderão ser aplicados dentro da programação naturalmente segmentada das TVs pagas. A discussão no Congresso Nacional sobre os chamados "projetos convergentes" visam criar regras para a produção, programação e provimento de conteúdos nacionais nas TVs pagas. Se a cota for estipulada com base no número total de canais, as TVs pagas argumentam que não há produção nacional suficiente para cumprir um percentual preestabelecido.
Fonte: Tela Viva News, 23/08


Lançamentos de Documentários estão em alta


Quarto documentário em longa-metragem de João Moreira Salles, “Santiago” estreou nesta sexta-feira (24/08) nos cinemas. O filme é dividido em duas partes. No primeiro trecho do filme, intitulado "Santiago", o diretor apresenta seu personagem – o homem que foi mordomo de sua família durante 30 anos e cujo depoimento biográfico ele filmou em 1992, dois anos antes da morte de Santiago Merlo. Na segunda parte do filme, "Reflexões sobre o Material Bruto", Moreira Salles descortina as razões por que "Santiago" foi o único filme que ele não concluiu e as que o fizeram retomá-lo, em agosto de 2005. Narrado em primeira pessoa, "Santiago - Reflexões sobre o Material Bruto" não tem, contudo, a voz de João Moreira Salles, mas sim a de seu irmão Fernando Moreira Salles. Para o diretor, foi um artifício para trabalhar a fronteira entre ficção e documentário.

Em um fim de semana raro, oito documentários estarão sendo exibidos no circuito carioca. Ao lançamento do aguardado “Santiago”, de João Moreira Salles, e a chegada de “Brasileirinho”, um tributo ao choro feito pelo finlandês Mika Kaurismäki se juntam “Encontro com Milton Santos ou o Mundo Global Visto do Lado de C á”, de Silvio Tendler “Três Irmãos de Sangue”, de Angela Patrícia Reiniger, “Fabricando Tom Zé”, “Mestre Bimba, a Capoeira Iluminada”, “Person” e “O Fim do sem Fim”. Tratado historicamente como fracasso de bilheteria por exibidores, o gênero documentário conseguiu o feito de ser o escolhido para lançamento nacional de 23 entre 55 projetos de longas-metragens nacionais este ano. Desses, três estão entre as maiores bilheterias nacionais do ano: “Cartola”, de Hilton Lacerda e Lírio Ferreira, com 67 mil pagantes; “O Mundo em Duas Voltas”, de David Schurmann, visto por 52.982 pessoas; e “Pro Dia Nascer Feliz”, de João Jardim, com 51 mil ingressos vendidos.
Fonte: O Globo/Folha de São Paulo


Vitória inaugura sua rede óptica comunitária para educação e pesquisa

A rede metropolitana de Vitória (Metrovix) será inaugurada nesta segunda-feira, 27 de agosto, em cerimônia no teatro da Universidade Federal do Espírito Santos (Ufes). O evento contará com a presença do governador do estado, Paulo Hartung, e do reitor da Ufes, Rubens Sergio Rasseli.

Com 52 km de extensão, a Metrovix conecta oito instituições, facilitando e ampliando a divulgação de estudos científicos, a integração entre universidades e unidades de pesquisa e a troca de informações que exijam grande largura de banda. Na prática, a rede está operacional desde ontem (23) com a iluminação da fibra do anel óptico da rede.

Desenvolvido e executado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o projeto da Metrovix faz parte da iniciativa Redes Comunitárias de Ensino e Pesquisa (Redecomep). O objetivo da Redecomep é implantar redes ópticas metropolitanas, de alta velocidade, em todo o país, ampliando a capacidade e a qualidade das conexões da comunidade acadêmica à rede Ipê, backbone da RNP.

Além do investimento de R$ 1,1 milhão feito pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a Metrovix conta com R$ 492.000 da Prefeitura de Vitória. Um acordo com a Escelsa, concessionária de energia elétrica do Espírito Santo, permitiu o uso da infra-estrutura de postes da companhia para lançamento dos cabos ópticos da Metrovix.

Participam da rede vitoriense, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo (Cefet-ES), o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Inacaper), a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, o Museu Solar Monjardim, o Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, a Escola Superior em Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescan) e a Prefeitura de Vitória.
Fonte: www.rnp.br


Inscrições para Vitória Cine Vídeo estão abertas

Estão abertas até o dia 17 de setembro as inscrições para o 14º Vitória Cine Vídeo - 11ª Mostra Competitiva Nacional, festival que acontece entre os dias 12 e 17 de novembro, em Vitória, Espírito Santo. Serão aceitos vídeos e de filmes em 16mm e 35mm (curtas e médias-metragens) com até 50 minutos de duração, finalizados em 2006 ou 2007. Além da mostra competitiva, a programação do festival contará com o lançamento de longas-metragens inéditos em Vitória, circuito itinerante nos bairros de Vitória, cinema na praia, 8º Festivalzinho de Cinema (com programação infanto-juvenil destinada a estudantes da rede pública), palestras, oficinas audiovisuais e outros. Inscrições: www.vitoriacinevideo.com.br.
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28 de agosto de 2007

Síntese do Seminário da TV Pública Digital em Salvador

O Seminário da TV Pública Digital em Salvador de 23 a 25/08, teve a participação durante os 3 dias de intenso debate, com transmissão ao vivo pela internet, de produtores independentes, diretores de TV, professores universitários, cineastas, Ongs, gestores, o ministro das Comunicações da Casa Civil Franklin Martins, o secretário do audiovisual Orlando Senna, representantes das TVs universitárias, comunitárias, radialistas, jornalistas, empresários do audiovisual, enfim um grupo heterogêneo e diverso.

1) Em todas as mesas se defendeu que a TV Pública digital deve se constituir como uma rede horizontal, e uma rede colaborativa aberta, uma "rede de redes", descentralizada. O modelo de gestão foi o mais discutido, pois ainda está se configurando, mesmo que a proposta seja que a TV Pública entre no ar em dezembro. A idéia de uma rede de redes é decisiva, pois mesmo que inicialmente tenha como referência a TV Brasil (fusão da TVE com a Radiobrás) a proposta é criar as bases para uma rede "horizontal" reunindo mais de 200 emissoras de TV dos sistemas público, comunitário, universitário, estatal, privado com fins público, enfim tendo como horizonte um pool dessas redes super heterogêneas, com troca de programas e abrindo para a produção independente (quem produz e não tem emissora para exibir). Tal fato é inédito no Brasil. Nunca se pensou uma rede com tal alcance e diversidade.

2) A base tecnológica será feita à princípio à partir da fusão da atual estrutura da TVE com a Radiobrás e mais uma base em SP. É essa a base material, o ponto de partida, a TV Brasil, que será seguida imediatamente pela criação de outros canais públicos, com gestão pública: os canais da cultura, da cidadania, da educação e os canais estatais (TV senado, Câmara,etc.). Ou seja, a rede pública que é uma malha enorme e diversa vai ser articulada nessa "rede de redes". A TV Brasil na nova configuração terá um novo diretor e um conselho (com participantes da sociedade civil), o que já causa especulações e polêmica, questão menor, no meu entender.

3) O melhor do seminário. Muita gente pensando a questão das redes colaborativas, da descentralização, da TV colaborativa, como a garotada que apresentou o site Fiz (tipo You Tube) que agrega conteúdos livres e a aceitação desse modelo das redes colaborativas como o horizonte natural da TV Pública digital brasileira pelos jovens gestores do governo (Minc e SAV).

4) Também a necessidade de uma Internet Pública apareceu fortemente. Essa também foi parte da minha argumentação nos debates, para combater uma Mídia-Estado (que se porta como Estado) não precisamos de um Estado nem Tv centralizadora, mas aumentar a produtividade social, ou seja fortalecer as redes existentes e incluir novas redes nos sistemas de Comunicação. Também os grupos que estão fora da TV não querem mais simplesmente ser "representados" na TV (periferias, p.ex.) querem um canal de TV, querem fazer TV, o que já é possível com a TV IP na internet e será na TV aberta, com as multi-programações trazidas com o digital.

5) Também recorrente, a análise de que temos uma Mídia-Estado privada que "vende estabilidade política", sua moeda de troca para defender seus interesses. Levantou-se a questão e a importância da rede blogueira hoje na internet, como contra-discurso. Também defendi no seminário o que chamo da produção "doméstico-industrial", em que a produção "amadora" ou "não-profissional" ganha relevância e desmistifica a idéia da exclusividade da produção audiovisual e midiática feita por "profissionais". É só olhar para o You Tube, Wikipedia, redes colaborativas, etc. Falou-se o tempo todo da necessidade da TV Pública digital já entrar com um braço na Internet, convergindo TV e Internet públicas.

6) Defesa dos conteúdos abertos, sem bloqueio para gravar. O Jornal O Globo já saiu com texto na página dos Editorias, de domingo, dizendo que "Tv Digital ameaça conteúdo brasileiro", fazendo campanha para impedir que o telespectador grave os programas!!! O que é um atraso em termos de democracia e da livre produção e circulação do conhecimento.

7) Veremos a grande mídia detonar o projeto da TV Pública Digital como fez com a Ancinav e com as políticas públicas que poderiam abrir os sistemas de comunicação para uso comum, público e com horizonte de universalização desses serviços? Afinal, a mídia e os produtores de conteúdo somos nós, no pós digital e internet. O que está em jogo é um pensamento inédito do Brasil do que é Público. É a possibilidade de tirar do sucateamento as TVs públicas, estatais, comunitárias, universitárias e abrir novos espaços para produção independente, para o cinema brasileiro e para novas linguagens.

8) Aliás, essa é um dos grandes acertos do processo, presente na fala de Orlando Senna. A decisão que 80% da produção da TV Pública Digital será feita de fora (não pelas próprias emissoras). Ou seja, a TV Pública digital vai abrir Editais públicos para novos programas de TV, numa proposta de renovação inédita da programação. Provavelmente não será de imediato. Vai começar operando com um pool de programações regionais, vindo do Brasil todo e abrindo para as novas programações.

9) Inovação, experimentação, sair da "chatice", sair dos dualismo ou é cultural ou comercial, ou é chata sem audiência ou de entretenimento, ou é política ou lúdica, essa também foi uma das questões mais discutidas. Novas mídias, games, interatividade, novas linguagens, estiveram entre as diferentes falas e alguns projetos já existentes nessa linha foram levados para debate. A questão de formar e construir audiências, aos invés de "vender audiência" como faz o sistema de TV privada que naturaliza a audiência, como se fosse um 'bolo' natural e imutável, foi também tema do pessoal que trabalha com estudos de recepção.

Enfim, um panorama animador.

Ivana Bentes
Escola de Comunicação da UFRJ

Bolsas de Estudos no Canadá


3 Modalidades de Bolsas do Conselho Internacional de Estudos Canadenses ICCS/CIEC


Há três modalidades de bolsas: uma primeira voltada para docentes com, no mínimo, nível de Mestrado e vínculo permanente com instituições de ensino superior brasileiras; uma segunda para docentes e/ou pesquisadores com, no mínimo, nível de Mestrado e vínculo permanente com instituições de ensino superior ou de pesquisa brasileiras; e a terceira modalidade para doutorandos inscritos regularmente em instituições de ensino superior brasileiras.

Os candidatos, que devem atestar proficiência em um dos idiomas oficiais canadenses, deverão apresentar, à Embaixada do Canadá em Brasília:

Docentes: projeto para a criação ou aperfeiçoamento de disciplinas com conteúdo canadense; ou para a publicação de artigos com conteúdo canadense;

Doutorandos: projeto para o desenvolvimento de pesquisa sobre temas canadenses.

Todo o dossiê deverá ser apresentado em francês ou inglês – e deverá ser enviado à Embaixada do Canadá por Sedex até o dia 16 de novembro de 2007 (sendo essa a data limite para o envio, comprovada pelo carimbo dos Correios).

As informações sobre cada programa (em anexo), bem como os formulários de inscrição encontram-se disponíveis no site www.brasil.gc.ca .

Bolsas oferecidas:

1) Bourses de complément de spécialisation (BCS) / Faculty Enrichment Program (FEP)
2) Bourses de recherche (BREC) / Faculty Research Program (FRP)
3) Bourse du gouverneur général (pour la recherche de doctorat) / Governor General Award (for Doctoral Research)

Para obter mais informações ou esclarecer dúvidas, favor contatar:

Assessoria para Assuntos de Educação e Diplomacia Pública
Embaixada do Canadá
E-mail: academic.bsb@international.gc.ca ou academique.bsb@international.gc.ca
tel. (61) 3424-5400 R: 3265 ou 3261

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Programa Community-University Research Alliances (CURA)


- O Social Sciences and Humanities Research Council of Canada (SSHRC) em parceria com o International Development Research Centre (IDRC) abrem edital para o Programa Community-University Research Alliances (CURA). Data limite: 21/11/2007.
Para maiores detalhes, acesse: http://www.sshrc.ca/web/apply/program_descriptions/cura_idrc_e.asp.

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Bolsas de Pós-Doutorado na Universidade de Ottawa – Vision 2010

- A Universidade de Ottawa recebe até 31/08/2007 inscrições para um Programa de Bolsa de Pós-Doutorado. Para maiores informações, acesse: http://www.arts.cornell.edu/sochum

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Bolsas para pesquisadores estrangeiros 2007-2008
Biblioteca e Arquivos Nacionais do Quebec


- A Biblioteca e os Arquivos Nacionais do Quebec está recebendo no período de 15/05 a 15/11/2007 candidaturas de pesquisadores estrangeiros para o período 2007/2008. Para maiores informações, acesse: http://www.banq.qc.ca/portal/dt/a_propos_banq/prix_concours/description_reglements_coordonnees/pc_psr_desc_reg.jsp?bnq_resolution=mode_1024

A Pantera incarna auto-crítica na Globo

Maria Alice Vergueiro e Selton Mello estarão na próxima minissérie da Globo, "O Sistema". Com estréia prevista para novembro e duração de seis capítulos, a atração será, segundo Maria Alice, "uma autocrítica". A protagonista do curta "Tapa na Pantera" viaja para o Rio nesta semana para assinar o contrato. "Eles vão fazer uma crítica ao sistema, uma comédia com suspense. Sabe aquela coisa de autocrítica? Porque o sistema é a Globo", diz a atriz, "fã" do dramaturgo alemão Bertold Brecht (1898-1956) e blogueira aos 72 anos.

Em "O Sistema", ela será Leda, secretária de um fonoaudiólogo (Selton Mello). O nome faz referência a uma seda de celulose utilizada, entre outros, na confecção de cigarros de maconha. "O personagem do Selton Melo diz que prefere idosas às 'piranhinhas'", conta. De acordo com Maria Alice, o cachimbo deverá marcar presença na obra. "De algum jeito, a comédia não vai deixar a Pantera de fora." As gravações começam no próximo mês.

A série foi criada pelos roteiristas Fernanda Young e o marido Alexandre Machado (autores de "Os Normais" e "Os Aspones"), José Lavigne (diretor de "Casseta & Planeta") e o ator Selton Mello.
Fonte: Diogenes Muniz/Folha de São Paulo

Assista aqui se você ainda não viu o vídeo Tapa na Pantera com Maria Alice Vergueiro Imperdível!

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