29 de agosto de 2007

Do armário para as telas

O cinema Queer vem ganhando espaço e se inserindo cada vez mais no debate político e social. Esse cinema sobre o mundo gay, lésbico e transexual, vem articulando seu discurso próprio sobre a descoberta e a afirmação sexual à temas atuais como o ativismo social, o debate político, o exílio e a imigração ilegal.

The Bubble (Ha Buah, 2006)(A bolha, tradução literal) do israelense Eytan Fox é uma história de amor entre um palestino e um israelense, à la Romeo e Julieta, onde incorpora o debate político entre as duas culturas no drama existencial dos protagonistas. Enquanto o personagem israelense se questiona sobre o seu papel como soldado de fronteira, o palestino tenta revelar sua opção sexual junto à sua família. O que torna o filme excepcionalmente bem realizado é a tensão entre a afirmação sexual e política dos personagens. O drama oscila constantemente entre os dois terrenos tentando se equilibrar num fio perigoso e extremamente instável. A passagem da fronteira entre Israel e o território palestino aumenta a tensão da intriga do filme e coloca tudo em suspensão, a possibilidade de uma relação estável entre dois homens de culturas opostas. O final do filme é tanto credível quanto absurdo, e coloca os espectadores numa posição difícil. A insensatez da guerra se torna a insensatez da discriminação contra os homossexuais.

Esses questionamentos sobre a aceitação de casais homossexuais e os conflitos sociais estão fortemente presentes no filme Riparo – Anis tra di noi (Shelter me ou Abrigo, Anis entre nós, tradução literal, 2006) do italiano Marco S. Puccioni. A multitalentosa e poliglota atriz e diretora portuguesa Maria de Medeiros, interpreta uma executiva italiana, Ana, que acaba, à contra-gosto, traficando um clandestino em seu carro na volta de uma viagem de férias na Tunísia. Anis, um adolescente marroquino, entra assim como mais um ponto de diferença na vida do casal lésbico. Enquanto, Ana resolve ajudar o rapaz, Mara, que trabalha como operária na fábrica de sapatos da família da amante, não concorda em abrigá-lo em sua casa. E a carga dramática do filme não pára por aí. As duas tem ainda que lidar com a rejeição da mãe de uma e o pai hospitalizado e esquizofrênico da outra.

Anis surge assim como um ponto de discórdia entre elas que acaba se tornando uma válvula de escape para uma relação por demais complexa. O personagem de Anis vai revelar ainda uma difícil situação dos imigrantes ilegais na Itália. Ele é o bom ingênuo de uma sociedade tradicional, que coloca questões simples e arcaicas mas que se revelam mais complexo do que se imagina: “Uma mulher precisar casar e ter um marido,” argumenta o rapaz dentro da sua obviedade das coisas. Incapaz de respondê-lo, Ana mostra a mesma inabilidade em lidar com o altruísmo e a compaixão “capitalista”. Até onde uma relação à dois existe por amor ou por conveniência? Até onde vai nossa aceitação aos diferentes?

Os curtas Borderless me (Não me fronteire, tradução literal, 2007, 12 min) (foto abaixo) de Setareh Mohammadi e Checkpoint (Ponto de revista, tradução literal, 2007, 14 min) de Alex Mah enfatizam os dramas da imigração e da discriminação sexual como temas principais dos documentários. Enquanto o primeiro coloca no centro do quadro o depoimento de uma transexual iraniana sobre os conflitos da aceitação social e sexual, o segundo entrelaça os depoimentos de sete transexuais imigrantes, que preferem não mostrarem seus rostos. Eles relatam a dificuldade em carregar uma carteira de identidade que pós-cirurgia de mudança de sexo não mais os corresponde. Como não se identificar ou ter piedade pelas histórias sofridas de seus entrevistados? Como construir imageticamente depoimentos tão dramáticos? Ambos filmes foram realizados dentro do projeto Firstout Vídeo do Festival do Cinema Queer de Vancouver, o qual dá oportunidade e treinamento a jovens gays para realizarem seus primeiros audiovisuais dentro da problemática do festival. O resultado é impressionante. Os vídeos saem do lugar comum e mostram temas maduros e complexos à serem realizados. Mesmo que Mohammadi opte pela maneira mais simples do documentário, ou seja, um entrevistado narrando a sua história para a câmera, a complexidade vem na narração e no grau de confiança entre diretor e personagem. Um depoimento forte e lúcido não somente sobre a sua condição pessoal mas principalmente sobre a sociedade canadense. As imagens de Quvi é constantemente remetida à imagens translúcidas e plácidas de lagos e de paisagens naturais, um contraste tão forte quanto a obstinação e certeza sobre a sua opção, para ela “natural”, da mudança de sexo. Outro desafio ainda mais desencorajador para o jovem documentarista Alex Mah estaria desde o ponto de partida de seu filme. Como ilustrar um documentário baseado em depoimentos pessoais, no qual os depoentes se opõem em serem vistos? A montagem são de vozes, de depoimentos que ecoam nas imagens da cidade na qual essas “novas” mulheres de vozes masculinas habitam. E, surpreendentemente, elas habitam também o filme. E, suas narrativas soam compreensíveis e encadeadas. O espectador não se perde entre um depoimento e outro que a medida que o filme avança se tornam cada vez menos abstratos. Seus rostos, assim, se tornam “irrelevantes” para entendermos a complexidade que vivem essas pessoas em habitar novos sexos e construírem novas “identidades”.

Acervo de Glauber está aclimatado

O Centro de Documentação Lúcia Rocha foi inaugurado na segunda-feira (22/08) com o objetivo de proteger os cerca de 50 mil documentos do cineasta: roteiros, peças, originais de livros, artigos de jornal, projetos inéditos ou inacabados e até os papéis que ele, após rascunhar ou desenhar, jogava fora. Trata-se de uma sala com controle de temperatura e umidade e à prova de incêndio que
fica dentro do Tempo Glauber, um casarão em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, que é a sede da memória do cineasta. Por enquanto, 17 mil documentos já foram recuperados e acondicionados pela equipe de arquivistas coordenada por Paulo Amar. O restante, acrescido de um conjunto de 7.000 fotografias, estará pronto até março de 2008, quando Glauber completaria 70 anos.
Fonte: Folha de São Paulo, 22/08


Desigualdades continuam na distribuição de filmes no Brasil, apenas 11% dos produtores concentram quase 60% do público

Durante o último dia da Feira Internacional da Indústria do Cinema e do Audiovisual (FIICAV 2007), a Ancine mostrou números que provam que a imensa maioria das produtoras brasileiras não produziram mais de um filme para o cinema. Segundo a pesquisa, no período de 1995 a 2006 foram lançados 370 filmes, de 197 produtores diferentes, dirigidos por 242 diretores distintos. Considerando-se filmes de ficção, a pesquisa separou as produtoras em categorias pelo número de filmes lançados: as que conseguiram lançar um, dois ou três filmes. Entre essas produtoras, 66% lançaram apenas um filme. Essas produções ficaram com apenas 13% do público. Enquanto isso, 11% das produtoras lançaram três ou mais filmes e ficaram com 59% do público. Entre as produtoras com mais de três filmes, apenas 35% das obras tiveram menos de 30 mil espectadores. Esse número vai para 56% quando se fala em filmes feitos por produtoras que realizaram apenas um filme no período.
Fonte: Tela Viva News, 22/08


É Tudo Verdade abre inscrições para documentários nacionais

O festival É Tudo Verdade abriu inscrições para os documentários nacionais até 10 de dezembro. A edição 2008 do evento acontece de 27 de março a 6 de abril e cria o critério de ineditismo para longas e médias que quiserem entrar na competição. Os curtas estão isentos dessa obrigação. Pelo segundo ano, o Prêmio CPFL/É Tudo Verdade dará R$ 100 mil ao vencedor.


Procuradoria vai limitar merchandising

Um grupo de procuradores da República que atua na área de comunicação social está preparando uma recomendação para as TVs afim de regulamentar o merchandising na TV. De acordo com Fernando de Almeida Martins, procurador da República em Minas Gerais e integrante do grupo, o merchandising dissimulado na programação ou em cenas de novelas é uma prática ilegal. Ele se baseia no artigo 36 do Código de Defesa do Consumidor, que diz que "a publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal". A iniciativa surpreendeu as redes, que preferem não comentar o assunto até serem notificadas. O merchandising é uma poderosa forma de obter receitas. Só a Globo chega a faturar mais de R$ 40 milhões em merchandising em novelas das oito, o que paga quase todo o custo de produção.
Fonte: Folha de São Paulo, 21/08


GNT abre inscrições para selecionar novos projetos para 2008

O 4º Pitching GNT está com inscrições abertas para selecionar novos projetos de séries para a grade do canal em 2008. As inscrições vão até 14 de setembro. As propostas serão analisadas por uma comissão formada por executivos de diferentes áreas da Globosat e do canal. A avaliação vai considerar o conteúdo, formato, alcance de público, atrativo comercial e adequação ao perfil do canal, que tem como público alvo mulheres e homens entre 25 e 49 anos.
Fonte: Blue Bus, 23/08


ABTA é contra cotas para conteúdo nacional

A Associação Brasileira de TV por Assinatura é contrária quando se fala de fixação de cotas para a veiculação de programas com conteúdo nacional. Há um questionamento sobre como estes percentuais poderão ser aplicados dentro da programação naturalmente segmentada das TVs pagas. A discussão no Congresso Nacional sobre os chamados "projetos convergentes" visam criar regras para a produção, programação e provimento de conteúdos nacionais nas TVs pagas. Se a cota for estipulada com base no número total de canais, as TVs pagas argumentam que não há produção nacional suficiente para cumprir um percentual preestabelecido.
Fonte: Tela Viva News, 23/08


Lançamentos de Documentários estão em alta


Quarto documentário em longa-metragem de João Moreira Salles, “Santiago” estreou nesta sexta-feira (24/08) nos cinemas. O filme é dividido em duas partes. No primeiro trecho do filme, intitulado "Santiago", o diretor apresenta seu personagem – o homem que foi mordomo de sua família durante 30 anos e cujo depoimento biográfico ele filmou em 1992, dois anos antes da morte de Santiago Merlo. Na segunda parte do filme, "Reflexões sobre o Material Bruto", Moreira Salles descortina as razões por que "Santiago" foi o único filme que ele não concluiu e as que o fizeram retomá-lo, em agosto de 2005. Narrado em primeira pessoa, "Santiago - Reflexões sobre o Material Bruto" não tem, contudo, a voz de João Moreira Salles, mas sim a de seu irmão Fernando Moreira Salles. Para o diretor, foi um artifício para trabalhar a fronteira entre ficção e documentário.

Em um fim de semana raro, oito documentários estarão sendo exibidos no circuito carioca. Ao lançamento do aguardado “Santiago”, de João Moreira Salles, e a chegada de “Brasileirinho”, um tributo ao choro feito pelo finlandês Mika Kaurismäki se juntam “Encontro com Milton Santos ou o Mundo Global Visto do Lado de C á”, de Silvio Tendler “Três Irmãos de Sangue”, de Angela Patrícia Reiniger, “Fabricando Tom Zé”, “Mestre Bimba, a Capoeira Iluminada”, “Person” e “O Fim do sem Fim”. Tratado historicamente como fracasso de bilheteria por exibidores, o gênero documentário conseguiu o feito de ser o escolhido para lançamento nacional de 23 entre 55 projetos de longas-metragens nacionais este ano. Desses, três estão entre as maiores bilheterias nacionais do ano: “Cartola”, de Hilton Lacerda e Lírio Ferreira, com 67 mil pagantes; “O Mundo em Duas Voltas”, de David Schurmann, visto por 52.982 pessoas; e “Pro Dia Nascer Feliz”, de João Jardim, com 51 mil ingressos vendidos.
Fonte: O Globo/Folha de São Paulo


Vitória inaugura sua rede óptica comunitária para educação e pesquisa

A rede metropolitana de Vitória (Metrovix) será inaugurada nesta segunda-feira, 27 de agosto, em cerimônia no teatro da Universidade Federal do Espírito Santos (Ufes). O evento contará com a presença do governador do estado, Paulo Hartung, e do reitor da Ufes, Rubens Sergio Rasseli.

Com 52 km de extensão, a Metrovix conecta oito instituições, facilitando e ampliando a divulgação de estudos científicos, a integração entre universidades e unidades de pesquisa e a troca de informações que exijam grande largura de banda. Na prática, a rede está operacional desde ontem (23) com a iluminação da fibra do anel óptico da rede.

Desenvolvido e executado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o projeto da Metrovix faz parte da iniciativa Redes Comunitárias de Ensino e Pesquisa (Redecomep). O objetivo da Redecomep é implantar redes ópticas metropolitanas, de alta velocidade, em todo o país, ampliando a capacidade e a qualidade das conexões da comunidade acadêmica à rede Ipê, backbone da RNP.

Além do investimento de R$ 1,1 milhão feito pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a Metrovix conta com R$ 492.000 da Prefeitura de Vitória. Um acordo com a Escelsa, concessionária de energia elétrica do Espírito Santo, permitiu o uso da infra-estrutura de postes da companhia para lançamento dos cabos ópticos da Metrovix.

Participam da rede vitoriense, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo (Cefet-ES), o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Inacaper), a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, o Museu Solar Monjardim, o Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, a Escola Superior em Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescan) e a Prefeitura de Vitória.
Fonte: www.rnp.br


Inscrições para Vitória Cine Vídeo estão abertas

Estão abertas até o dia 17 de setembro as inscrições para o 14º Vitória Cine Vídeo - 11ª Mostra Competitiva Nacional, festival que acontece entre os dias 12 e 17 de novembro, em Vitória, Espírito Santo. Serão aceitos vídeos e de filmes em 16mm e 35mm (curtas e médias-metragens) com até 50 minutos de duração, finalizados em 2006 ou 2007. Além da mostra competitiva, a programação do festival contará com o lançamento de longas-metragens inéditos em Vitória, circuito itinerante nos bairros de Vitória, cinema na praia, 8º Festivalzinho de Cinema (com programação infanto-juvenil destinada a estudantes da rede pública), palestras, oficinas audiovisuais e outros. Inscrições: www.vitoriacinevideo.com.br.
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28 de agosto de 2007

Síntese do Seminário da TV Pública Digital em Salvador

O Seminário da TV Pública Digital em Salvador de 23 a 25/08, teve a participação durante os 3 dias de intenso debate, com transmissão ao vivo pela internet, de produtores independentes, diretores de TV, professores universitários, cineastas, Ongs, gestores, o ministro das Comunicações da Casa Civil Franklin Martins, o secretário do audiovisual Orlando Senna, representantes das TVs universitárias, comunitárias, radialistas, jornalistas, empresários do audiovisual, enfim um grupo heterogêneo e diverso.

1) Em todas as mesas se defendeu que a TV Pública digital deve se constituir como uma rede horizontal, e uma rede colaborativa aberta, uma "rede de redes", descentralizada. O modelo de gestão foi o mais discutido, pois ainda está se configurando, mesmo que a proposta seja que a TV Pública entre no ar em dezembro. A idéia de uma rede de redes é decisiva, pois mesmo que inicialmente tenha como referência a TV Brasil (fusão da TVE com a Radiobrás) a proposta é criar as bases para uma rede "horizontal" reunindo mais de 200 emissoras de TV dos sistemas público, comunitário, universitário, estatal, privado com fins público, enfim tendo como horizonte um pool dessas redes super heterogêneas, com troca de programas e abrindo para a produção independente (quem produz e não tem emissora para exibir). Tal fato é inédito no Brasil. Nunca se pensou uma rede com tal alcance e diversidade.

2) A base tecnológica será feita à princípio à partir da fusão da atual estrutura da TVE com a Radiobrás e mais uma base em SP. É essa a base material, o ponto de partida, a TV Brasil, que será seguida imediatamente pela criação de outros canais públicos, com gestão pública: os canais da cultura, da cidadania, da educação e os canais estatais (TV senado, Câmara,etc.). Ou seja, a rede pública que é uma malha enorme e diversa vai ser articulada nessa "rede de redes". A TV Brasil na nova configuração terá um novo diretor e um conselho (com participantes da sociedade civil), o que já causa especulações e polêmica, questão menor, no meu entender.

3) O melhor do seminário. Muita gente pensando a questão das redes colaborativas, da descentralização, da TV colaborativa, como a garotada que apresentou o site Fiz (tipo You Tube) que agrega conteúdos livres e a aceitação desse modelo das redes colaborativas como o horizonte natural da TV Pública digital brasileira pelos jovens gestores do governo (Minc e SAV).

4) Também a necessidade de uma Internet Pública apareceu fortemente. Essa também foi parte da minha argumentação nos debates, para combater uma Mídia-Estado (que se porta como Estado) não precisamos de um Estado nem Tv centralizadora, mas aumentar a produtividade social, ou seja fortalecer as redes existentes e incluir novas redes nos sistemas de Comunicação. Também os grupos que estão fora da TV não querem mais simplesmente ser "representados" na TV (periferias, p.ex.) querem um canal de TV, querem fazer TV, o que já é possível com a TV IP na internet e será na TV aberta, com as multi-programações trazidas com o digital.

5) Também recorrente, a análise de que temos uma Mídia-Estado privada que "vende estabilidade política", sua moeda de troca para defender seus interesses. Levantou-se a questão e a importância da rede blogueira hoje na internet, como contra-discurso. Também defendi no seminário o que chamo da produção "doméstico-industrial", em que a produção "amadora" ou "não-profissional" ganha relevância e desmistifica a idéia da exclusividade da produção audiovisual e midiática feita por "profissionais". É só olhar para o You Tube, Wikipedia, redes colaborativas, etc. Falou-se o tempo todo da necessidade da TV Pública digital já entrar com um braço na Internet, convergindo TV e Internet públicas.

6) Defesa dos conteúdos abertos, sem bloqueio para gravar. O Jornal O Globo já saiu com texto na página dos Editorias, de domingo, dizendo que "Tv Digital ameaça conteúdo brasileiro", fazendo campanha para impedir que o telespectador grave os programas!!! O que é um atraso em termos de democracia e da livre produção e circulação do conhecimento.

7) Veremos a grande mídia detonar o projeto da TV Pública Digital como fez com a Ancinav e com as políticas públicas que poderiam abrir os sistemas de comunicação para uso comum, público e com horizonte de universalização desses serviços? Afinal, a mídia e os produtores de conteúdo somos nós, no pós digital e internet. O que está em jogo é um pensamento inédito do Brasil do que é Público. É a possibilidade de tirar do sucateamento as TVs públicas, estatais, comunitárias, universitárias e abrir novos espaços para produção independente, para o cinema brasileiro e para novas linguagens.

8) Aliás, essa é um dos grandes acertos do processo, presente na fala de Orlando Senna. A decisão que 80% da produção da TV Pública Digital será feita de fora (não pelas próprias emissoras). Ou seja, a TV Pública digital vai abrir Editais públicos para novos programas de TV, numa proposta de renovação inédita da programação. Provavelmente não será de imediato. Vai começar operando com um pool de programações regionais, vindo do Brasil todo e abrindo para as novas programações.

9) Inovação, experimentação, sair da "chatice", sair dos dualismo ou é cultural ou comercial, ou é chata sem audiência ou de entretenimento, ou é política ou lúdica, essa também foi uma das questões mais discutidas. Novas mídias, games, interatividade, novas linguagens, estiveram entre as diferentes falas e alguns projetos já existentes nessa linha foram levados para debate. A questão de formar e construir audiências, aos invés de "vender audiência" como faz o sistema de TV privada que naturaliza a audiência, como se fosse um 'bolo' natural e imutável, foi também tema do pessoal que trabalha com estudos de recepção.

Enfim, um panorama animador.

Ivana Bentes
Escola de Comunicação da UFRJ

Bolsas de Estudos no Canadá


3 Modalidades de Bolsas do Conselho Internacional de Estudos Canadenses ICCS/CIEC


Há três modalidades de bolsas: uma primeira voltada para docentes com, no mínimo, nível de Mestrado e vínculo permanente com instituições de ensino superior brasileiras; uma segunda para docentes e/ou pesquisadores com, no mínimo, nível de Mestrado e vínculo permanente com instituições de ensino superior ou de pesquisa brasileiras; e a terceira modalidade para doutorandos inscritos regularmente em instituições de ensino superior brasileiras.

Os candidatos, que devem atestar proficiência em um dos idiomas oficiais canadenses, deverão apresentar, à Embaixada do Canadá em Brasília:

Docentes: projeto para a criação ou aperfeiçoamento de disciplinas com conteúdo canadense; ou para a publicação de artigos com conteúdo canadense;

Doutorandos: projeto para o desenvolvimento de pesquisa sobre temas canadenses.

Todo o dossiê deverá ser apresentado em francês ou inglês – e deverá ser enviado à Embaixada do Canadá por Sedex até o dia 16 de novembro de 2007 (sendo essa a data limite para o envio, comprovada pelo carimbo dos Correios).

As informações sobre cada programa (em anexo), bem como os formulários de inscrição encontram-se disponíveis no site www.brasil.gc.ca .

Bolsas oferecidas:

1) Bourses de complément de spécialisation (BCS) / Faculty Enrichment Program (FEP)
2) Bourses de recherche (BREC) / Faculty Research Program (FRP)
3) Bourse du gouverneur général (pour la recherche de doctorat) / Governor General Award (for Doctoral Research)

Para obter mais informações ou esclarecer dúvidas, favor contatar:

Assessoria para Assuntos de Educação e Diplomacia Pública
Embaixada do Canadá
E-mail: academic.bsb@international.gc.ca ou academique.bsb@international.gc.ca
tel. (61) 3424-5400 R: 3265 ou 3261

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Programa Community-University Research Alliances (CURA)


- O Social Sciences and Humanities Research Council of Canada (SSHRC) em parceria com o International Development Research Centre (IDRC) abrem edital para o Programa Community-University Research Alliances (CURA). Data limite: 21/11/2007.
Para maiores detalhes, acesse: http://www.sshrc.ca/web/apply/program_descriptions/cura_idrc_e.asp.

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Bolsas de Pós-Doutorado na Universidade de Ottawa – Vision 2010

- A Universidade de Ottawa recebe até 31/08/2007 inscrições para um Programa de Bolsa de Pós-Doutorado. Para maiores informações, acesse: http://www.arts.cornell.edu/sochum

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Bolsas para pesquisadores estrangeiros 2007-2008
Biblioteca e Arquivos Nacionais do Quebec


- A Biblioteca e os Arquivos Nacionais do Quebec está recebendo no período de 15/05 a 15/11/2007 candidaturas de pesquisadores estrangeiros para o período 2007/2008. Para maiores informações, acesse: http://www.banq.qc.ca/portal/dt/a_propos_banq/prix_concours/description_reglements_coordonnees/pc_psr_desc_reg.jsp?bnq_resolution=mode_1024

A Pantera incarna auto-crítica na Globo

Maria Alice Vergueiro e Selton Mello estarão na próxima minissérie da Globo, "O Sistema". Com estréia prevista para novembro e duração de seis capítulos, a atração será, segundo Maria Alice, "uma autocrítica". A protagonista do curta "Tapa na Pantera" viaja para o Rio nesta semana para assinar o contrato. "Eles vão fazer uma crítica ao sistema, uma comédia com suspense. Sabe aquela coisa de autocrítica? Porque o sistema é a Globo", diz a atriz, "fã" do dramaturgo alemão Bertold Brecht (1898-1956) e blogueira aos 72 anos.

Em "O Sistema", ela será Leda, secretária de um fonoaudiólogo (Selton Mello). O nome faz referência a uma seda de celulose utilizada, entre outros, na confecção de cigarros de maconha. "O personagem do Selton Melo diz que prefere idosas às 'piranhinhas'", conta. De acordo com Maria Alice, o cachimbo deverá marcar presença na obra. "De algum jeito, a comédia não vai deixar a Pantera de fora." As gravações começam no próximo mês.

A série foi criada pelos roteiristas Fernanda Young e o marido Alexandre Machado (autores de "Os Normais" e "Os Aspones"), José Lavigne (diretor de "Casseta & Planeta") e o ator Selton Mello.
Fonte: Diogenes Muniz/Folha de São Paulo

Assista aqui se você ainda não viu o vídeo Tapa na Pantera com Maria Alice Vergueiro Imperdível!

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