O digital se tornou um meio pelo qual emergem novas cinematografias e, ainda, novas expressões técnico-audiovisuais. O cinema filipino é prova desta conquista do digital no meio cinematográfico, tanto da sua criatividade quanto da sua versatilidade imagética. Nas periferias de Manila prolifera um cinema onde o DV se torna o meio de sobrevivência com bastante dinamismo de produção, sempre presente nos festivais internacionais.
Ele se apoia num cinema do tipo de balada, uma câmera ágil e leve em constante movimento, que consegue acompanhar os personagens nos guetos das favelas e fazer desfilar pequenos dramas e ações com uma força, raramente vista no cinema brasileiro, por exemplo. Baixo custo e senso de oportunismo na utilização de longos planos-seqüências como se fosse possível captar nos pequenos gestos imprevistos e improvisados, diante da câmera, a vida que se desenvolve, reage e interage com a própria história da periferia.
No ótimo A Cobradora de Apostas (Kubrador, dir. Jeffrey Jeturian - destaque da 30o. Mostra de Cinema de São Paulo) a câmera acompanha o ir e vir de Amy (Gina Pareño) – a cobradora do título – nas favelas de Quenzo coletando apostas e aconselhando os apostadores como num jogo do bicho nas favelas cariocas. Já no excelente The Blossoming of Maximo Oliveros (dir. Auraeus Solito)
a câmera acompanha Max, um menino de 12 anos nas favelas de Manila, que nutre uma paixão por um policial do bairro, em oposição à família, pai e irmãos, todos ligados a pequenos crimes e furtos. Max substitui literalmente a mãe falecida, tanto nos afazeres domésticos, quanto na figura feminina da casa. A homossexualidade de Max não somente é respeitada pela família quanto protegida e completamente incorporada. Não existe desaprovação, discussão ou desconforto, algo raro de se ver na maioria de filmes que retratam o tema.
Em Todo Todo Teros (dir. John Torres) – ganhador do prêmio Dragões e Tigres do 25o. Festival de Vancouver – o approch é completamente diferente do tipo de cinema narrativo, e se aproxima muito mais ao cinema experimental, especialmente ao universo do documentarista-mito do cinema francês Chris Marker (La Jetée, Level 5). Torres faz uma espécie de colagem entre o documentário e a ficção, entre o drama e o diário-filmado, misturando amor com política. O resultado é caótico e muito instigante, trazendo à tona discussões e assuntos controversos e inesperados, como o de que todo artista filipino é um terrorista. Torres desvenda uma outra Manila, longe dos romances melodramáticos e tragicômicos das telenovelas (um gênero que impera nesta ex-colônia espanhola), mas um país fragilizado por uma situação política instável e difícil. O diretor abusa dos recursos da câmera digital o que fragmenta ainda mais a narrativa do filme. Bons momentos acabam se sobressaindo como o efeito persiana na imagem, de uma câmera que acompanha dois “espiões”. Todo Todo Teros é mais uma prova que dinheiro não é sinônimo de inventividade artística. (Hudson Moura)
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20 de outubro de 2006
18 de outubro de 2006
"Deleuze e o Cinema" de Jorge Vasconcellos
Deleuze e o Cinema - Filosofia e Teoria do Cinema
Jorge Vasconcellos
ISBN: 8573932198 - Cód. Barra: 9788573932195
240 páginas - 1aª edição - 2006
Apresentação de Ivana Bentes e Prefácio de Guilherme Castelo Branco
Sumário: O cinema como nova forma de pensamento, esse é um dos principais temas do livro de Jorge Vasconcellos, que analisa e celebra o encontro de um dos mais brilhantes filósofos contemporâneos, Gilles Deleuze, com o pensamento cinematográfico.
Ao conduzir o leitor com firmeza pela “cartografia ampliada das imagens e signos cinematográficos” proposta por Deleuze, o autor analisa os conceitos centrais de imagem-movimento e imagem-tempo, a crise do cinema narrativo clássico e a eclosão de um pensamento diferencial, com o cinema moderno. Aponta as novas questões sobre montagem e narratividade, partilhando o entusiasmo do filósofo por cineastas-pensadores como Einstein, Hitchcock, Orson Welles, Allain Resnais e Jean-Luc Godard, entre outros.
Partindo da proposta deleuziana de extrair um pensamento do cinema, o livro introduz o leitor a uma nova teoria cinematográfica e ao pensamento do próprio Deleuze (a noção de diferença, a relação da filosofia com a arte, os paradoxos do tempo) e elucida seu diálogo com outros filósofos, a imagem em Bergson, o signo em Pierce, o tempo em Kant.
Deleuze e o Cinema é um livro para filósofos, cineastas, cinéfilos, pensadores e para qualquer um que busque experimentar o devir-cinema do pensamento.
Sumário: Capítulo 1 – Da Imagem do Pensamento e dos Intercessores: O Problema da Imagem do Pensamento, O Conceito de Intercessores; Dos Intercessores Filosóficos: Bergson, Peirce, Kant: Da Imagem em Bérgson, Signo em Peirce, Kant, o Tempo Fora dos Eixos, o “Eu É um Outro”; A Taxionomia Deleuziana do Cinema: Da Natureza da Arte: O Que É o Cinema?, Montagem e Narratividade, As Imagens-Movimento: Imagem-Percepção, Imagem-Afecção, Imagem-Pulsão e Imagem-Ação, As Imagens-Tempo: Imagem-Lembrança, Imagem-Sonho, Imagem-Cristal; Arte e Falsificação: Deleuze e as Potências do Falso: Cinema e Falsificação, Nietzsche e as Potências do Falso, Pensar o Cinema: Cinema e Pensamento, um Devir-Cinema, Considerações Finais. Tweet
Jorge Vasconcellos
ISBN: 8573932198 - Cód. Barra: 9788573932195
240 páginas - 1aª edição - 2006
Apresentação de Ivana Bentes e Prefácio de Guilherme Castelo Branco
Sumário: O cinema como nova forma de pensamento, esse é um dos principais temas do livro de Jorge Vasconcellos, que analisa e celebra o encontro de um dos mais brilhantes filósofos contemporâneos, Gilles Deleuze, com o pensamento cinematográfico.
Ao conduzir o leitor com firmeza pela “cartografia ampliada das imagens e signos cinematográficos” proposta por Deleuze, o autor analisa os conceitos centrais de imagem-movimento e imagem-tempo, a crise do cinema narrativo clássico e a eclosão de um pensamento diferencial, com o cinema moderno. Aponta as novas questões sobre montagem e narratividade, partilhando o entusiasmo do filósofo por cineastas-pensadores como Einstein, Hitchcock, Orson Welles, Allain Resnais e Jean-Luc Godard, entre outros.
Partindo da proposta deleuziana de extrair um pensamento do cinema, o livro introduz o leitor a uma nova teoria cinematográfica e ao pensamento do próprio Deleuze (a noção de diferença, a relação da filosofia com a arte, os paradoxos do tempo) e elucida seu diálogo com outros filósofos, a imagem em Bergson, o signo em Pierce, o tempo em Kant.
Deleuze e o Cinema é um livro para filósofos, cineastas, cinéfilos, pensadores e para qualquer um que busque experimentar o devir-cinema do pensamento.
Sumário: Capítulo 1 – Da Imagem do Pensamento e dos Intercessores: O Problema da Imagem do Pensamento, O Conceito de Intercessores; Dos Intercessores Filosóficos: Bergson, Peirce, Kant: Da Imagem em Bérgson, Signo em Peirce, Kant, o Tempo Fora dos Eixos, o “Eu É um Outro”; A Taxionomia Deleuziana do Cinema: Da Natureza da Arte: O Que É o Cinema?, Montagem e Narratividade, As Imagens-Movimento: Imagem-Percepção, Imagem-Afecção, Imagem-Pulsão e Imagem-Ação, As Imagens-Tempo: Imagem-Lembrança, Imagem-Sonho, Imagem-Cristal; Arte e Falsificação: Deleuze e as Potências do Falso: Cinema e Falsificação, Nietzsche e as Potências do Falso, Pensar o Cinema: Cinema e Pensamento, um Devir-Cinema, Considerações Finais. Tweet
Bolsas de estudo Canadense
A Embaixada do Canadá abre até o dia 10 de novembro a seleção para os programas de bolsas de estudo do Governo canadense para o período 2007-2008. Os programas são exclusivamente direcionados a PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS que trabalham com pesquisas sobre temas canadenses ou aspectos do relacionamento bilateral entre o Canadá e o Brasil (Faculty Enrichment Program/Bourses de Complément de Spécialisation; Faculty Research Program/Bourses de Recherche) e a doutorandos cujos temas de dissertação estejam relacionados a temáticas canadenses (Governor General Award/Bourses du Gouverneur Général). As informações e os formulários para cada um dos programas estão disponíveis nas páginas:
http://www.dfait-maeci.gc.ca/brazil/br-02a1-pt.asp
http://www.abecan.com.br/bolsas.htm
Assessoria para Assuntos de Educação e de Diplomacia Pública
Embaixada do Canadá
tel. 61 3424-5425 / 5426
Site: http://www.canada.org.br Tweet
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