Super Amigos (2007) do cineasta mexicano Arturo Pérez Torres faz uma perfeita simbiose entre desenho animado, ativismo e documentário. O filme apresentado recentemente no Festival do Cinema Queer de Vancouver não é sobre a problemática homossexual mas inclui o ativismo gay entre tantos outros que existem no México. Super Amigos mostra o lado opressor e desigual da sociedade mexicana. O filme enfoca cinco super-heróis mascarados, lutadores de luta livre que defendem causas sociais. Super Barrio luta pelo direito dos mais pobres à moradia, Super Ecologista contra o desmatamento, Super Gay contra a homofobia, Frei Tormenta contra a miséria e Super Animal contra os maus tratos aos animais, especialmente as touradas, uma herança da cultura espanhola como ele mesmo diz. A grande qualidade e inovação deste documentário é de casar a animação e a linguagem dos quadrinhos à narração e à montagem do filme. Principalmente, quando o filme faz um retrospecto sobre o nascimento dos super-heróis.
O ativismo dos super-heróis varia bastante de um para outro. Enquanto que numa parte da cidade, Super Gay participa de passeatas e dá consultas às famílias de homossexuais que sofreram discriminação ou agressão física, Super Animal organiza protestos diante da assembléia legislativa e estádios de touradas. Enquanto Super Barrio encampa prédios e coloca a sua marca diante das moradias à la Zorro, Frei Tormenta prega o evangelho aos meninos de rua. Já Super Ecologista distribui cartões amarelos aos clientes de Wal-Mart que compram pinheiros de natal, faz instalações com restos de lixo no centro da cidade e conscientiza os consumidores quanto ao excesso no uso de embalagens e sacos plásticos nos supermercados.
Uma opção do filme que causa um certo desconforto nos espectadores é o fato de não mostrar a verdadeira identidade desses mascarados. Esta não somente uma opção do diretor mas algo defendido pelas pessoas por detrás das máscaras. Elas consideram irrelevante e cada uma explica e defende de uma maneira diferente a escolha de não revelarem suas identidades secretas. Enquanto um alega que o mito precisa continuar a existir independentemente de sua pessoa, outro diz que a causa que ele defende deve ser identificada com o personagem, e além disto, a máscara serve como uma proteção quanto a uma possível discriminação social. A discussão está lançada. O filme assim desvenda caracterísitcas essenciais para compreender a sociedade mexicana, aliada à uma narração criativa e uma direção bastante segura de Arturo Pérez Torres, fica quase impossível de não se tornar fã desses super-heróis. Aliás, que nome mais propício para os agentes sociais de hoje?
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O ativismo dos super-heróis varia bastante de um para outro. Enquanto que numa parte da cidade, Super Gay participa de passeatas e dá consultas às famílias de homossexuais que sofreram discriminação ou agressão física, Super Animal organiza protestos diante da assembléia legislativa e estádios de touradas. Enquanto Super Barrio encampa prédios e coloca a sua marca diante das moradias à la Zorro, Frei Tormenta prega o evangelho aos meninos de rua. Já Super Ecologista distribui cartões amarelos aos clientes de Wal-Mart que compram pinheiros de natal, faz instalações com restos de lixo no centro da cidade e conscientiza os consumidores quanto ao excesso no uso de embalagens e sacos plásticos nos supermercados.
Uma opção do filme que causa um certo desconforto nos espectadores é o fato de não mostrar a verdadeira identidade desses mascarados. Esta não somente uma opção do diretor mas algo defendido pelas pessoas por detrás das máscaras. Elas consideram irrelevante e cada uma explica e defende de uma maneira diferente a escolha de não revelarem suas identidades secretas. Enquanto um alega que o mito precisa continuar a existir independentemente de sua pessoa, outro diz que a causa que ele defende deve ser identificada com o personagem, e além disto, a máscara serve como uma proteção quanto a uma possível discriminação social. A discussão está lançada. O filme assim desvenda caracterísitcas essenciais para compreender a sociedade mexicana, aliada à uma narração criativa e uma direção bastante segura de Arturo Pérez Torres, fica quase impossível de não se tornar fã desses super-heróis. Aliás, que nome mais propício para os agentes sociais de hoje?