7 de setembro de 2006

Festival de Vancouver se firma como segundo maior festival de cinema do Canadá


O 25º Festival Internacional de Cinema de Vancouver que acontece entre os dias 28 de setembro à 13 de outubro anunciou ontem (06/09) a lista completa dos filmes selecionados. Serão exibidos 300 filmes provindos de cinqüenta países. Um quarto dessa lista são de filmes canadenses entre curtas, médias e longas-metragens. Com a guerra de festivais em Montreal, o festival de Vancouver passou a ser o segundo maior do Canadá em público, enquanto que o Festival de Cinema de Toronto já ocupa o segundo lugar no mundo, perdendo apenas em termos de importância e público para Cannes.

Pedro Almodóvar é quem abre o festival de Vancouver com o seu último longa “Volver”, onde reúne duas de suas atrizes fetiches - Penélope Cruz e Carmem Maura. E, o inglês Stephen Frears encerra o festival com “The Queen”, filme que promete muito debate quando entrar em cartaz nos cinemas britânicos na semana que vem. Helen Mirren na pele da rainha da Inglaterra, Elizabeth II, está no centro do conflito de interesses e de intrigas entre a Whitehall e o Castelo de Windsor na época da morte da princesa Diana.

O festival apresenta este ano uma mostra especial do cinema na Alemanha com a exibição de 20 filmes da nova geração de cineastas alemães. Outro destaque é a aguardada e famosa mostra anual do cinema Sul-Asiático: “Dragões e Tigres”.

O Brasil será representado pelos longas “Quanto vale ou é por quilo?” de Sérgio Bianchi, o documentário “Vinícius” de Miguel Faria Jr. e o sucesso nacional “Dois filhos de Francisco” de Breno Silveira.

Destaques
O mais esperado filme canadense é “Everything’s gone green” roteiro original do escritor best-seller canadense Douglas Coupland dirigido por Paul Fox. Outros destaques são “Away from her” o primeiro filme dirigido pela atriz Sarah Polley baseado num conto de Alice Munro; “Congorama” do quebequense Philippe Falardeau e, uma retrospectiva do trabalho de Norman Maclaren (1914-1987) cineasta de animação ganhador de mais de 200 prêmios internacionais.

A mostra Dragões e Tigres exibe os sucessos coreanos “The Host” de Bong Joon-Ho, “The king and the clown” de Lee Jun-Ik e “No mercy for the rude” de Shin Ha-Kyun; os chineses “Still Life” de Jia Zhangke – destaque do último festival de Veneza (fora da competição) e Betelnut de Yang Heng; os japoneses “Lost in Tokyo” de Ikawa Kotaro e “Dog days dream” de Ichii Msahide; o taiwanês “Do over” de Cheng Yu-Chieh; o tailandês “Stories from the north” de Uruphong Raksasad; e, o filipino “Todo todo teros” de John Torres.

Outros destaques do festival são os filmes egípcio “The Yacoubian Building” de Marwan Hamed, o mais ambicioso projeto do cinema árabe dos últimos anos. Da França o destaque é o ganhador de vários Césars “Le Petit Lieutenant” de Xavier Beauvois com Nathalie Baye interpretando uma agente de polícia com problemas alcoólicos.

Os documentários prometem muito debate como sempre, mas nesta edição do festival os destaques são as ações militares no Oriente Médio e a cultura mulçumana. “My country my country” da diretora americana Laura Poitras, enfoca o dia-a-dia dos iraquianos sob a ocupação americana enquanto o filme de Rob McGann “American Zeitgeist: crisis and conscience in an age of terror” faz um balanço desde a Guerra-Fria nas montanhas do Afeganistão até a queda das torres gêmeas. “The smell of paradise” de Mariusz Pilis e Marcin Mamon mostra o ponto de vista e a necessidade dos isralenses de compreender o que se passa pela cabeça dos mulçumanos e a idéia do Paraíso Islâmico. “Hamburg lectures” do alemão Romuald Karmakar é uma entrevista com o chefe do mosqueiro de Hamburgo, de onde três de seus membros faziam parte do atentado do onze de setembro. Outro filme alemão “The judge and the fanatic” de Tom Meffert analisa a questão do extremismo mulçumano no Iêmen.

Hudson Moura
07/09/2006

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