26 de dezembro de 2006

Meletinski e os contos populares

MITOPOÉTICAS – DA RÚSSIA ÀS AMÉRICAS

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Eleazar M. Meletínski (foto), uma das figuras mais importantes das Humanidades, na Rússia, é autor de livros como O Herói do Conto de Magia (1958), Origens do Epos Heróico (1963), Os Edda e as Formas Primitivas do Epos (1986), Poética Histórica da Novela (1990) é conhecido no Brasil pelo clássico A Poética do Mito (1976) publicado em tradução de Paulo Bezerra em 1987, pelo mais recente Arquétipos Literários (1994), traduzido por um grupo de professores do curso de Russo da USP e publicado em 1998, e pelo curso que ele ministrou na PUC em 1995, e também pelas conferências que proferiu na ECA-USP e no Departamento de Letras da UNESP, de São José do Rio Preto. O presente Mitopoéticas: da Rússia às Américas, organizado por Aurora Bernardini e Jerusa Pires Ferreira, e co-organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura Russa da USP e pelo Núcleo de Poéticas da Oralidade da PUC-SP, reproduz textos originais de E.M. Meletínski e R. Jakobson-Bogatirev.


Aurora Fornoni Bernardini e Jerusa Pires Ferreira
194p.
16x22 cm
ISBN 85-7732-021-9

15 de dezembro de 2006

É lançado o primeiro número da Revista do Cinema Documentário





A revista Doc On-line é uma ação conjunta de pesquisadores e professores do Brasil e de Portugal com apoio da Bocc e Labcom. O tema do primeiro número é "Histórias do documentário" com artigos em português e espanhol. Outro destaque é a relação e resumos das dissertações e teses recentes sobre documentário defendidas em português e espanhol em diversas instituições brasileiras, portuguesas, espanholas e latino-americanas. Clique no link acima ou na foto ao lado para ter acesso a versão integral da revista.

APCA escolhe os melhores do cinema nacional 2006

A Associação Paulista dos Críticos de Arte elegeu, nesta segunda, 12, os melhores do ano em diversas categorias. Os prêmios serão entregues em evento no primeiro trimestre de 2007, provavelmente em março. Na categoria cinema, os vencedores foram os seguintes:
Filme: “O Céu de Suely”
Diretor: Karim Aïnouz (“O Céu de Suely”)
Fotografia: Murilo Salles (“Árido Movie”)
Roteiro: Cao Hamburger, Cláudio Galperin. Anna Muylaert, Bráulio Mantovani (“O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”)
Montagem: Vania Debs (“Árido Movie”)
Ator: Matheus Nachtergaele (“Tapete Vermelho”)
Atriz: Hermila Guedes (“O Céu de Suely”) (foto acima)













Selton Mello em Árido Movie

11 de dezembro de 2006

Boitatá

O Boitatá está de volta...







Já se encontra disponível o número 2 da Boitatá:
Revista do GT de Literatura Oral e Popular.

Dêem uma olhada, mandem suas opiniões!

A chamada de artigos para a número 3 já se encontra online.
A data limite para envio é 16 de abril.

8 de dezembro de 2006

O "Impresenciável"

por

André Cruden


Eu posso contar a minha história através das mortes que permearam meu caminho. A de meu avô aos dez, a de meu tio aos doze, a de meu irmão ao quinze, a de meu primo aos vinte, a de minha mãe aos 25.

É estranho o silêncio que se coloca e a voz que ecoa lúcida, límpida e onipresente. Fulano morreu, está morto. Um discurso ao mesmo tempo racional e emotivo. Repetido sem parar. E fulano parece também morrer repetidas vezes, a cada momento que essas palavras ressoam.

Talvez seja assim o discurso da morte, tão implacavelmente racional quanto humanamente impensável. O fim do corpo é também o fim de uma vida. Esta, a da terra.

Isto é o mais impressionante quando se fala da morte. Ela é natural, pois pertence ao ciclo da vida, portanto algo mais saudável e harmonioso não existe. Ela é desumana, pois tira um ente querido da nossa convivência, portanto nada mais cruel e perverso.

A morte tem essas duas faces. A dualidade lhe pertence. Entretanto, o mais irredutível é, sobretudo o ato de morrer. Incompreensível. Impresenciável.

7 de dezembro de 2006

Retrospectiva John Cassavetes


Com a curadoria do diretor Joel Pizzini, o CCBB garimpou para a mostra “Faces de Cassavetes” os 12 longas-metragens que fizeram do diretor um ícone da produção independente. Do primeiro, “Sombras” (1959) ao último exercício na direção, “Um grande problema” (1986), Cassavetes conservou sempre as mesmas características, anti-hollywoodianas: filmes baratíssimos, ensaiados e rodados quase sempre em 16mm. “Valiam até imagens fora de foco” revela o produtor Al Ruban, que foi diretor de fotografia de Cassavetes em cinco longas, entre eles “Noite de Estréia” (na foto o diretor-ator com a esposa e atriz de boa parte de seus filmes Gena Rowlands), que rendeu uma indicação ao Urso de Ouro em Berlim ao cineasta. Valia também a improvisação e a participação do elenco na composição e condução da trama.

A retrospectiva Faces de Cassavetes traz ainda a ocasião de ver alguns documentários sobre ele (Cinéastes de notre temps e A constante forje) e filmes onde apenas atua (Os doze condenados, O bebê de Rosemary, A fúria). Paralelo à sua atividade de diretor independente, Cassavetes construiu uma carreira sólido como astro hollywoodiano aliado aos estúdios e às grandes produções. Carreira esta de grande apelo popular e rentável que lhe garantia a produção de seus filmes experimentais. Este homem de duas e mais faces o qual o cinema americano contemporâneo deve muito de sua agilidade e força narrativa, tem um poder inigualável de se aproximar de seus personagens e os colocá-los à nu com todas as suas fragilidades, carências e contradições. O primeiríssimo plano da classe média americana nunca mais foi o mesmo depois de Cassavetes.

Confira a programação completa da mostra que vai até o próximo dia 17 no site do CCBB. Além da oportunidade de ver e rever algumas preciosidades da filmografia do diretor enfant terrible do cinema americano dos anos 60 e 70, como “Uma mulher sob influência” (1974), a retrospectiva vai permitir aos cinéfilos cariocas uma visão global de uma obra fascinante e cohesa. O destaque desta retrospectiva é o documentário “A Constante Forje” (2000), de Charles Kiselyak. Um filme de quase três horas de duração que muito mais do que fazer um balanço da carreira do diretor, desvenda as nuances e as particularidades de suas técnicas cinematográficas e por que não de sua arte - através de entrevistas com pesquisadores e estudiosos do cinema. O filme mostra ainda entre outras coisas como a relação filme-família era intrínseco e constitutivo na obra de Cassavetes. A parceria na construção-realização de um filme contava com a participação tanto de sua família real como o filho Nick Cassavetes (que como o pai iria se tornar anos mais tarde ator e diretor) quanto dos técnicos, câmeras e atores fiéis e constantes em seus filmes como Ben Gazarra, Seymour Cassel, Peter Falk e notadamente sua esposa, Gena Rowlands. Boa mostra. (Hudson Moura)



6 de dezembro de 2006

Nam June Paik



T.V. Cello with Charlotte Moorman - 1971






Assista abaixo ou Aqui alguns filmes e vídeos-instalações de Nam June Paik (1932-2006)




























Zen For Film (1962-64) de Nam June Paik


Veja aqui as últimas obras de Nam June Paik

Sundance e Havana

Filmes brasileiros são selecionados para Festival de Sundance

64 filmes foram selecionados para o Festival de Sundance, o mais importante evento de cinema independente dos EUA. Entre eles, estão os brasileiros "O Cheiro do Ralo" (foto), de Heitor Dhalia , na categoria Cinema Mundial - Ficção, e "Acidente", de Cao Guimarães e Pablo Lobato, na categoria Cinema Mundial - Documentário. O festival acontece de 18 a 28 de janeiro de 2007, no estado de Utah, no oeste dos EUA. Ao todo, 82 pré-estréias e 122 títulos de 25 países serão exibidos no Festival Sundance. "O Cheiro do Ralo" foi escolhido melhor filme por decisão unânime do júri da Mostra Cinema de São Paulo.
Fonte: Folha Online, 29/11


Brasil está entre favoritos no Festival Latino-Americano de Havana
Brasil, Argentina e Cuba são os favoritos na disputa aos prêmios Coral do 28º Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano, que vai até o dia 15/12, com a exibição de 468 filmes, sendo 105 na mostra competitiva. Dezoito filmes concorrem ao prêmio Coral na categoria longa-metragem de ficção, entre os quais se destacam os nomes de diretores como os brasileiros Cacá Diegues, Tata Amaral e Karim Aïnouz; os argentinos Carlos Sorín, Pablo Trapero e Daniel Burman; o peruano Francisco Lombardi, o mexicano Paul Leduc e o uruguaio Israel Adrián Caetano. O Brasil estará representado na competição de longas de ficção pelo filme de Diegues, "O Maior Amor do Mundo" (foto), que acaba de levar o primeiro prêmio do Festival de Montreal; "Antonia", de Amaral; e "O Céu de Suely", de Aïnouz, filme selecionado para os Festivais de Veneza e Toronto.
Fonte: Folha Online, 04/12

Lançamento de livros: Boca do Lixo e Cartaz de Cinema


Cineasta lança livro sobre Boca do Lixo na rua Augusta

O cineasta Nuno Cesar Abreu, professor do Departamento de Cinema do Instituto de Artes da Unicamp, lança nesta quarta-feira (13/12), às 19h, no Espaço Unibanco de Cinema, o livro "Boca do Lixo: Cinema e Classes Populares". A obra aborda o ciclo da Boca do Lixo, um processo de produção cinematográfica que se realizou no anos 70, no centro de São Paulo. Identificado com a pornochanchada, o cinema da Boca do Lixo desenvolveu uma identidade atravessada pelas mesmas questões que mobilizavam os outros setores da produção cinematográfica: criatividade, censura, mercado, modo de produção. Segundo explica Abreu, uma conjugação de fatores levou à formação de um pólo produtor paulista que desenvolveu formas econômicas, artísticas e de relacionamento com características próprias.
Fonte: Folha Online, 04/12


Cartaz de cinema
Fernando Pimenta catalogou mais de 200 cartazes de filmes, como “Bye Bye Brasil” e “O Sol”, assinados por ele no livro “O Cinema Brasileiro em Cartaz”. Para Pimenta, cartazes de hoje têm closes demais. O lançamento será quinta-feira (07/12), na galeria Marcia Barroso do Amaral.
Fonte: O Globo, 05/12

4 de dezembro de 2006

Sins (poemas para não ler) de Magali Oliveira Fernandes

amor soa sins
e tateia eus
na gratuidade
do corpo.

é folha de livro
que (lida ou quase)
se desfaz no tempo.

fica somente o perfume,
um outro texto, submerso
na imensidão do ar.


"Este livro, sendo o dos sins, traz embutida a idéia de seu oposto, os nãos, como num abrir e fechar permanente. Aí têm lugar a poética do livro, a do corpo, a do sonho. E por isso também há lugar para um conjunto de alusões sutis".
Jerusa Pires Ferreira


A Dix Editorial e a Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura
convidam para o lançamento do livro

Sins
(poemas para não ler)


Magali Oliveira Fernandes

Lançamento

dia 16 de dezembro - sábado
das 14:00 às 17:00 h

Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura
Avenida Paulista, 37 - fone (11) 3251-5271

1 de dezembro de 2006

"ENQUANTO HOUVER FANTASIA" novo filme de Ricardo Sá

Lançamento do média metragem em 35 mm ENQUANTO HOUVER FANTASIA, dirigido pelo documentarista e cineasta capixaba RICARDO SÁ.
Trata-se de uma comédia de aventura tendo a ilha de Vitória como tema.
O lançamento acontece dia 08 de dezembro, sexta feira, às 21 horas no
Metrópolis, UFES, Vitória, ES, entrada franca.


Leia artigo sobre cinema capixaba

29 de novembro de 2006

Mostras e Festivais

Cinema mexicano e filme de gênero – o caso Santa
30 de novembro de 2006
Sala Cinemateca
A evolução da linguagem cinematográfica na América Latina possui caminhos similares em diversos países. O cinema mexicano apresenta problemas e soluções de ordem econômico-estéticas que reforçam tal idéia. Assim como um florescimento do filme silencioso no período de 1906 a 1910, o cinema mexicano precisou criar a partir do filme popular norte-americano uma linguagem própria. As duas versões de Santa (a primeira de 1918 e a segunda de 1931-32) exemplificam esse desenvolvimento e para debater as conexões entre o cinema mexicano e história, a Cinemateca Brasileira convidou para uma conferência o professor Alvaro Vázquez Mantecón, pesquisador da UNAM (Universidad Nacional Autónoma de México).

30/11 – quinta 18h00

Santa (1931-1932), de Antonio Moreno
Fragmento de Santa (1918), de Luis G. Peredo
Debate com Alvaro Vázquez Mantecón (UNAM)

Fragmento de Santa, de Luis G. Peredo
México, 1918, 35mm, pb, silencioso, 90’
Elena Sanchez Valenzuela, Alfonso Busson, Clementina Perez Rebolledo, Ricardo Beltri
Exibição em DVD de 20 minutos que restaram do material original

Seduzida pelo militar Marcelino, a jovem Santa deve deixar a casa de Chimalistac onde vive com sua mãe e seus irmãos. Mas logo se prostitui no bordel de dona Elvira, mas o o toreiro Jarameño se apaixona pela moça e de lá a retira. Porém, ao surpreende-la com Marcelino, Jarameño a expulsa de sua casa. Na miséria e doente é ajudada por seu eterno apaixonado, o cego Hipólito, pianista do bordel.


Santa, de Antonio Moreno (fotos)
México, 1931-1932, 35mm, pb, 81’
Lupita Tovar, Carlos Orellana, Juan José Martínez Casado, Donald Reed
Exibição em DVD

A trágica história de uma jovem provinciana que depois de ser seduzida por um militar, passa pela prostituição para em seguida mergulhar na miséria, sendo somente cuidado por um cego que sempre a amara.

Sala Cinemateca
Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana
próxima ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: 5084-2177 (ramal 210) ou 5081-2954
Entrada gratuita


"Baixio das Bestas" é o grande premiado do Festival de Brasília

O filme "Baixio das Bestas", do pernambucano Cláudio Assis, foi o grande premiado do 39º Festival de Cinema de Brasília, levando quatro troféus Candango e o prêmio da crítica de melhor longa. A história, que acompanha a vida de uma menina explorada pelo avô e traz cenas de violência, estupro, pedofilia e sexo explícito, agradou o júri, que lhe conferiu os títulos de melhor longa, melhor atriz, melhor ator e atriz coadjuvante e melhor trilha sonora. O júri popular escolheu o longa "Encontro com Milton Santos ou O Mundo Global Visto do Lado de Cá", de Sílvio Tendler, como melhor filme. O cineasta Helvécio Ratton levou o prêmio de melhor direção por "Batismo de Sangue". Pelo mesmo título, Lauro Escorel foi agraciado com o Candango de melhor fotografia. O longa "Querô" levou os prêmios de melhor ator, para Maxwell Nascimento, melhor roteiro para Carlos Cortez, melhor direção de arte para Fred Pinto, e melhor som, com Louis Robin.
Fonte: G1, 28/11

Brasil participa de Festival de Cinema Indígena em Nova York
A cultura, tradições e direitos dos povos indígenas do Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guatemala, México e Peru serão mostrados num festival de cinema e vídeo indígena, em Nova York, de 30 de novembro a 3 de dezembro. Uma das estréias do festival será "Meu Primeiro Contato", do Brasil. O filme lembra a primeira vez que o povo Ikpeng viu o homem branco, em 1965, com um impacto irreversível. Os produtores, Mari Correa e Kumaré Txicão, recorreram à memória da comunidade para contar a experiência. Outro filme brasileiro entre as 125 produções da mostra é "Iauaretê, Cachoeira das Onças", de Vincent Carelli. O documentário mostra como os líderes da comunidade indígena Tariano, no noroeste do Amazonas, revivem suas práticas sagradas anos depois da evangeliza& ccedil;ão das missões cristãs.
Fonte: Folha Online, 25/11

Vladimir Carvalho, Naná Vasconcelos e João Moreira Salles estréiam suas novas produções


Um cineasta que é antes de tudo um forte

Na sexta-feira (01/12), durante a sessão de “O Engenho de Zé Lins”, o 39° Festival de Brasília viu o documentarista paraibano Vladimir Carvalho (foto dirigindo Ravi Ramos) prestar um tributo apaixonado para José Lins do Rego. O cineasta explica que começou o projeto em 2001, com parcos recursos. O filme ainda não tem data de estréia prevista, mas quem quiser tirar a dúvida sobre o talento do realizador já pode alugar ou comprar em DVD sua obra-prima, “O País de São Saruê” (1971). O longa radiografa relações humanas, mediadas por questões agrárias, na região sertaneja do Rio do Peixe, localizada no polígono nordestino da seca. Interditado pela Censura por nove anos, ameaçado de extinção pela má conservação, seu filme foi restaurado há dois anos. Mesmo sem data para estrear “O Engenh o de Zé Lins”, Carvalho já inicia dois novos projetos. Um deles, com co-direção de Jacques Cheuíche, é um documentário sobre o pintor pernambucano Cícero Dias (1907-2003). O segundo é um filme sobre a Esplanada dos Ministérios e seu significado político para o imaginário democrático brasileiro.
Fonte: O Globo, 26/11


"Diário de Naná" pesquisa as relações entre a música e a religião na Bahia
O filme "O Diário de Naná" acompanha a viagem musical e espiritual do percussionista Naná Vasconcelos pelo Recôncavo Baiano. Quem conduz a viagem é o diretor Paschoal Samora e o resultado da peregrinação, feita em três semanas em 2005, é um documentário de 60 minutos que disputa o Lobo de Prata, categoria do Festival de Amsterdã dedicada aos médias-metragens. Após a Holanda, o filme seguirá para Havana, onde será exibido no festival internacional de cinema latino. "Diário de Naná" foi premiado no festival “É Tudo Verdade” deste ano em São Paulo e também exibido no último Festival do Rio. Após o circuito de mostras, Paschoal Samora espera que o média-metragem entre em cartaz no país em 2007.
Fonte: Folha de São Paulo, 23/11


João Moreira Salles lança "Santiago"
O mais novo documentário de João Moreira Salles, "Santiago", tem lançamento mundial amanhã (24/11) dentro da mostra informativa "Mestres" do Festival Internacional de Documentários de Amsterdã. Trata-se do principal evento do mundo dedicado à produção não-ficcional. Além de "Santiago", quatro outros documentários brasileiros participam do IDFA-2006. Dois foram selecionados para a competição de médias-metragens. São "Diário de Naná", de Paschoal Samora, e "Meu Primeiro Contato", de Mari Correa da Silva Rimaud e Kumaré Ikpeng. O curta "Saba", de Gregório Graziosi e Thereza Menezes, está na mostra "Paradocs" de obras experimentais, enquanto o curta "Maré Capoeira", de Paola Barreto Leblanc, passa no ciclo de documentários p ara crianças.
Fonte: Folha de São Paulo, 23/11

16 de novembro de 2006

Mostra Cinema e Cultura das Bordas

De 21 a 26 de novembro de 2006 Centro Cultural São Paulo
Organização: Centro de Estudos da Oralidade, PUC-São Paulo (Adriano Sousa, André Nóbrega, Marcos de Medeiros e Elen Döppenschmitt)

A mostra Cinema e Cultura das Bordas pretende promover um espaço de discussão a respeito de possíveis paisagens culturais construídas a partir de e por grupos sociais considerados à margem. Pensando nisso, privilegiamos alguns filmes que compreendem estéticas e inovações que pertencem a um tipo de produção cinematográfica, referentes a este universo no cenário nacional e estrangeiro.

Mais que um lugar de excelência, as obras selecionadas desenham uma cartografia, de um imaginário de comunidades que não fazem parte de grupos hegemônicos de poder, mas que se expressam de um modo peculiar, revelando diferenças quanto à própria possibilidade de representação na contiguidade das mídias. Trata-se de pensar, a partir do cinema, o mundo dos limites: aquele universo que não está institucionalizado e nem separado por critérios folclorizantes.

Assim, já não caberia mais pensar em centro e periferia, em dentro e fora, mas naquilo que é possível ser construído no “entre”. Se esse espaço de intermediação é verdadeiro, não se privilegiará o enaltecimento de nenhum segmento em favor de outro. Serão incorporadas produções de diferentes sistemas culturais. Desta forma, contemplam-se múltiplas linguagens: oralidades mediatizadas, criação e recriação de imagens a partir da idéia de textos recombináveis, tendo como eixo questões da memória.

As obras escolhidas evidenciam o processo de produção artística em cinema e vídeo o qual imprime sua marca, quando se trata de pensar a cidade como um grande laboratório de experiências inter-culturais que comprometem diferentes grupos que, juntos ou separados, deambulam construindo poeticidades imagéticas e sonoras captadas pela câmera. São práticas e contruções, em diversos registros, que presentificam a vida popular em seus caminhos, conquistas, e impasses.

Para a convocação desses diretores não partimos de critérios pré-estabelecidos que possam garantir abrangência. Buscamos algumas obras capazes de traduzir essas zonas de fronteira, seja através de aspectos da linguagem cinematográfica em si, até possíveis trânsitos com segmentos diversos da cultura, através de diferentes modos de interação entre “filmadores” e “filmados”.

É possível pensar então que, a partir de distintos pontos de vista, esses cineastas – trabalhadores da cultura –, organizaram, capturaram, lembraram e relembraram os trajetos, encontros do homem em seus cotidianos e transgressões.


“CINEMA E CULTURA DAS BORDAS”
Cronograma de exibição:

dia 21 - terça

16h
Basquiat - traços de uma vida
(Basquiat, EUA, cor, 1996, 106min)
direção: Julian Schnabel
elenco: Jeffrey Wright, Michael Wincott, Benicio Del Toro, Claire Forlani
Em 1981, um grafiteiro é descoberto por Andy Warhol e torna-se uma estrela. Entretanto, esse sucesso terá um preço muito alto.

18h
À margem da imagem
(Brasil, 2003, cor, 72min)
direção: Evaldo Mocarzel
Documentário sobre moradores de rua da cidade de São Paulo, que discute a estetização da miséria.

20h
Palestra Cinema e cultura das bordas com: Jerusa Pires Ferreira e Ellen Cristina Koch Vaz Döppenschmitt


dia 22 - quarta

16h
Tapete vermelho
(Brasil, 2006, cor, 100min)
direção: Luiz Alberto Pereir
elenco: Matheus Nachtergaele, Vinícius Miranda, Gorete Milagres, Rosi Campos
Um homem que mora em uma roça e resolve cumprir uma promessa de levar seu filho Neco para assistir a um filme estrelado por Mazzaropi em uma sala de cinema, assim como fez seu pai quando ele era garoto. O caipira e sua família viajam pelas cidades em busca de um cinema que possa exibir o filme.

18h
Pretty Diana
(Pretty Dyana, Sérvia, 2003, cor, 45min - Falado em Sérvio com legendas em inglês)
direção: Boris Mitic
Um olhar íntimo sobre os refugiados ciganos num subúrbio de Belgrado, Sérvia, que ganham a vida transformando o Citroen 2CV no “carro Dyana”, um carro reciclado, que utilizam para transportar papelão, garrafas e ferro velho. Entretanto, a polícia nem sempre acha esses estranhos veículos engraçados.

Artesãos da morte
(Brasil, 2001, cor, 18min)
direção: Miriam Chnaiderman
A partir do imaginário popular sobre o morto, trabalhadores que lidam diariamente com cadáveres falam da vida e da morte.

Pixador
(Brasil, 2000, cor, 23min)
direção: Guiomar Ramos
Documentário que se passa em São Paulo, onde a “tribo dos pixadores” trabalha a paisagem urbana com suas letras angulosas e seus símbolos e códigos. O filme acompanha um jovem pixador em suas incursões noturnas.

Cultura RAP - comunicação e linguagem das bordas (SAMPLES)
(Brasil, 2005, cor, 10min)
direção: Celso Rosa
Documentário produzido a partir de estudo sobre as mídias e da observação empírica sobre a cultura jovem desenvolvida nas periferias das grandes cidades. O filme, que tem como foco o bairro paulistano de Capão Redondo, concentra-se na fabricação de linguagens e repertórios desses moradores.

20h
Amarelo Manga
(Brasil, 2002, cor, 101min)
direção: Cláudio Assis
elenco: Matheus Nachtergaele, Jonas Bloch, Dira Paes, Chico Diaz
Histórias de encontros e desencontros que acontecem em Recife, no cotidiano de personagens exóticos: um açougueiro casado com uma evangélica, um traficante necrófilo, a dona de um botequim e um cozinheiro homossexual.


dia 23 - quinta

16h
A vida sonhada dos anjos
(La vie rêvée dês anges, 1998, cor, 113min)
direção: Eric Zonka
elenco: Élodie Bouchez, Natacha Regnier, Grégoire Colin
A mochileira Isa chega a cidade de Lille e conhece a solitária Marie. As duas passam a morar juntas no apartamento de uma senhora e sua filha que estão hospitalizadas, em coma. A amizade se enfraquece quando Marie se apaixona por um jovem rico e fútil.

18h
A cidade está tranqüila
(La ville est tranquille, França, 2001, cor, 132min)
direção: Robert Guédiguian
elenco: Ariane Ascaride, Gérard Meylan, Jean-Pierre Darroussin
Histórias que se cruzam, cada uma com suas particularidades. A da operária do mercado de peixes com sua filha viciada, a do jovem rapaz da periferia que luta para subir na vida, a dos militantes racistas de extrema-direita, a de um motorista de táxi que procura o amor em vão, a de um jovem pianista superdotado e a de um casal de aposentados.

20h15
Cidade baixa
(Brasil, 2005, cor, 93min)
direção: Sérgio Machado
elenco: Wagner Moura, Lázaro Ramos, Alice Braga, Harildo Deda
Dois amigos de infância que trabalham em um barco e dão carona a uma garota de programa que deseja ir a Salvador para, durante o carnaval, arranjar um gringo rico. Aos poucos a atração entre eles cresce, criando um triângulo amoroso.


dia 24 - sexta

16h
De passagem
(Brasil, 2003, cor, 87min)
direção: Ricardo Elias
elenco: Silvio Guindane, Fábio Nepô, Lohan Brandão, Glennys Rafael,
Após receber a notícia de que seu irmão, envolvido com o tráfico de drogas, foi assassinado, rapaz se une a um amigo de infância para encontrar o corpo, abandonado em algum canto da cidade de São Paulo. Durante o percurso, os dois relembram o passado.

18h
Nem gravata, nem honra
(Brasil, 2001, cor, 70min)
direção: Marcelo Masagão
As diferenças entre homens e mulheres na pequena cidade de Cunha, situada na divisa entre Rio de Janeiro e São Paulo. Os entrevistados, cidadãos comuns, expõem sua noção do mundo e da diferença entre os sexos. Masagão descobre a alma de Cunha e, por extensão, de grande parte das pequenas cidades do interior paulista. O diretor exibiu o filme semipronto para suas personagens e registrou suas reações.

20h
Terra estrangeira
(Brasil/Portugal, 1995, cor, 100min)
direção: Walter Salles e Daniela Thomas
elenco: Fernando Alves Pinto, Alexandre Borges, Laura Cardoso, Tchéky Karyo
A mãe de Paco pretende retornar ao seu país de origem, mas morre ao ver seu sonho desmoronar com o confisco do plano Collor. O rapaz decide realizar a viagem planejada por ela, mas, como não tem dinheiro, aceita levar um objeto contrabandeado para Lisboa em troca da passagem e da hospedagem.


dia 25 - sábado

16h
À margem da imagem

18h
Pretty Diana
Artesãos da morte
Pixador
Cultura RAP - comunicação e linguagem das bordas (samples)

20h
Basquiat - traços de uma vida


dia 26 - domingo

16h
Central do Brasil
(1998, cor, 112min)
direção: Walter Salles
elenco: Fernanda Montenegro, Vinícius de Oliveira, Marília Pêra, Soia Lira
Mulher que escreve cartas para analfabetos na estação Central do Brasil (RJ) ajuda menino, cuja mãe morre em um acidente, a encontrar o pai no interior do Nordeste.

18h
Tapete vermelho

20h
Contra todos
(Brasil, 2003, cor, 100min)
direção: Roberto Moreira
elenco: Leona Cavalli, Silvia Lourenço, Ailton Graça, Giulio Lopes
Na periferia de São Paulo, integrantes de uma família tentam desesperadamente mudar de vida, mas não conseguem escapar de seu destino.

2 de novembro de 2006

Festivais & Concursos

A sexta edição do Fluxus – Festival de Cinema na Internet, que começa no dia 19 de dezembro, recebe inscrições até o dia 3 de novembro de trabalhos com até 15 minutos, produzidos entre 2005 e 2006, de qualquer gênero e realizados em qualquer formato. O festival apresenta ainda a nova categoria Cinemobile, dedicada aos filmes curtos feitos com celulares.
Fonte: Folha de São Paulo, 29/10

O Festival Nórdico de Cinema para Jovens (NUFF) e a Fundação Menor para Desafios Maiores estão lançando o Concurso de Idéia, destinado a cineastas de todo o mundo, com idades entre 18 e 30 anos, e que tem como tema a mudança climática. As dez melhores idéias receberão US$ 5 mil, cada uma, para a produção do filme, que deverá ter duração máxima de 15 minutos. A escolha será feita por júri internacional formado por profissionais de cinema e especialistas em meio ambiente.
Fonte: Notícias do MinC, 27/10

MinC abre inscrições para programa de apoio a curtas de animação. O Programa de Apoio à Produção e Difusão de Filmes de Animação terá seu regulamento divulgado pelo CTAv (Centro Técnico Audiovisual), nesta sexta-feira (03/10). As inscrições poderão ser feitas até o dia 5 de dezembro. O programa tem como objetivo patrocinar a finalização de cinco obras inéditas no gênero filme de animação.
Fonte: Folha Online, 30/10

25 de outubro de 2006

A máxima glauberiana "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça" é revista por Josette Monzani


GÊNESE DE DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL
JOSETTE MONZANI

ANNABLUME
336 páginas
ISBN:
8574195952


Muita confusão se criou em torno da máxima glauberiana - "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça" - como se houvesse aí implicada a idéia de elementar improviso, pouca atenção ao trabalho de preparação dos filmes. Tomá-la à letra, de forma redutora, é esquecer a enorme auto-exigência e o angustiado trabalho de criação de um cineasta realizador de obra complexa, onde "idéia" envolve um rico processo de reflexão e de ensaio nos caminhos de expressão, e "câmera na mão" significa abraçar uma nova estética de construção do olhar e da mise-en-scène que se ajusta à escassez de recursos e faz, de um problema, um motivo de criação.

A pesquisa de Josette é documento definitivo deste trabalho cheio de mediações, cujos saltos e reviravoltas não dispensam um movimento subterrâneo de maturação, como podemos observar na série de roteiros.

23 de outubro de 2006

Estréia ousada no cinema marroquino: "As Portas do Paraíso" de Imad e Swel Noury

Ney dirige-se ao apartamento de sua vítima para executar uma vingança. Esse simples ajuste de conta, porém, colocará três vidas distintas em colisão. Ney é um jovem de 22 anos que mora com a mãe cega e a irmã. Larga o emprego como peão de obra e passa a trabalhar para Mansour, um mafioso que se dedica ao tráfico de homens, entre outras coisas. Mansour vê em Ney um filho, faz dele seu protegido e dá-lhe cada vez mais poder. Para Ney, os fins justificam os meios, e ele está convencido de que age para o bem de sua família. Está próximo de realizar um sonho: pagar uma cirurgia para que a mãe volte a enxergar. Lisa é americana, professora de Belas Artes em Casablanca e vive sozinha desde que o marido morreu num acidente. Só tem um amigo, Jalil. Mas sua vida mudará ao descobrir que é a única família de duas vítimas de um ajuste de contas: uma mãe e um filho, Souad e Salim, cunhada e sobrinho que ela não conhecia. E Smail saiu da prisão em que cumpriu quinze anos de detenção devido à traição de um velho amigo. Ele quer a liberdade por causa de sua mãe doente e porque teve muito tempo para preparar sua vingança.

Portas do Paraíso (Marrocos) filme de estréia em longa-metragem dos irmãos Imad e Swel Noury é destaque hoje da 30a. Mostra de Cinema de São Paulo.

20 de outubro de 2006

Cinematografia Filipina renova a potencialidade do digital

O digital se tornou um meio pelo qual emergem novas cinematografias e, ainda, novas expressões técnico-audiovisuais. O cinema filipino é prova desta conquista do digital no meio cinematográfico, tanto da sua criatividade quanto da sua versatilidade imagética. Nas periferias de Manila prolifera um cinema onde o DV se torna o meio de sobrevivência com bastante dinamismo de produção, sempre presente nos festivais internacionais.

Ele se apoia num cinema do tipo de balada, uma câmera ágil e leve em constante movimento, que consegue acompanhar os personagens nos guetos das favelas e fazer desfilar pequenos dramas e ações com uma força, raramente vista no cinema brasileiro, por exemplo. Baixo custo e senso de oportunismo na utilização de longos planos-seqüências como se fosse possível captar nos pequenos gestos imprevistos e improvisados, diante da câmera, a vida que se desenvolve, reage e interage com a própria história da periferia.

No ótimo A Cobradora de Apostas (Kubrador, dir. Jeffrey Jeturian - destaque da 30o. Mostra de Cinema de São Paulo) a câmera acompanha o ir e vir de Amy (Gina Pareño) – a cobradora do título – nas favelas de Quenzo coletando apostas e aconselhando os apostadores como num jogo do bicho nas favelas cariocas. Já no excelente The Blossoming of Maximo Oliveros (dir. Auraeus Solito)
 a câmera acompanha Max, um menino de 12 anos nas favelas de Manila, que nutre uma paixão por um policial do bairro, em oposição à família, pai e irmãos, todos ligados a pequenos crimes e furtos. Max substitui literalmente a mãe falecida, tanto nos afazeres domésticos, quanto na figura feminina da casa. A homossexualidade de Max não somente é respeitada pela família quanto protegida e completamente incorporada. Não existe desaprovação, discussão ou desconforto, algo raro de se ver na maioria de filmes que retratam o tema.

Em Todo Todo Teros (dir. John Torres) – ganhador do prêmio Dragões e Tigres do 25o. Festival de Vancouver – o approch é completamente diferente do tipo de cinema narrativo, e se aproxima muito mais ao cinema experimental, especialmente ao universo do documentarista-mito do cinema francês Chris Marker (La Jetée, Level 5). Torres faz uma espécie de colagem entre o documentário e a ficção, entre o drama e o diário-filmado, misturando amor com política. O resultado é caótico e muito instigante, trazendo à tona discussões e assuntos controversos e inesperados, como o de que todo artista filipino é um terrorista. Torres desvenda uma outra Manila, longe dos romances melodramáticos e tragicômicos das telenovelas (um gênero que impera nesta ex-colônia espanhola), mas um país fragilizado por uma situação política instável e difícil. O diretor abusa dos recursos da câmera digital o que fragmenta ainda mais a narrativa do filme. Bons momentos acabam se sobressaindo como o efeito persiana na imagem, de uma câmera que acompanha dois “espiões”. Todo Todo Teros é mais uma prova que dinheiro não é sinônimo de inventividade artística. (Hudson Moura)

18 de outubro de 2006

"Deleuze e o Cinema" de Jorge Vasconcellos

Deleuze e o Cinema - Filosofia e Teoria do Cinema

Jorge Vasconcellos

ISBN: 8573932198 - Cód. Barra: 9788573932195

240 páginas - 1aª edição - 2006



Apresentação de Ivana Bentes e Prefácio de Guilherme Castelo Branco

Sumário: O cinema como nova forma de pensamento, esse é um dos principais temas do livro de Jorge Vasconcellos, que analisa e celebra o encontro de um dos mais brilhantes filósofos contemporâneos, Gilles Deleuze, com o pensamento cinematográfico.
Ao conduzir o leitor com firmeza pela “cartografia ampliada das imagens e signos cinematográficos” proposta por Deleuze, o autor analisa os conceitos centrais de imagem-movimento e imagem-tempo, a crise do cinema narrativo clássico e a eclosão de um pensamento diferencial, com o cinema moderno. Aponta as novas questões sobre montagem e narratividade, partilhando o entusiasmo do filósofo por cineastas-pensadores como Einstein, Hitchcock, Orson Welles, Allain Resnais e Jean-Luc Godard, entre outros.
Partindo da proposta deleuziana de extrair um pensamento do cinema, o livro introduz o leitor a uma nova teoria cinematográfica e ao pensamento do próprio Deleuze (a noção de diferença, a relação da filosofia com a arte, os paradoxos do tempo) e elucida seu diálogo com outros filósofos, a imagem em Bergson, o signo em Pierce, o tempo em Kant.
Deleuze e o Cinema é um livro para filósofos, cineastas, cinéfilos, pensadores e para qualquer um que busque experimentar o devir-cinema do pensamento.

Sumário: Capítulo 1 – Da Imagem do Pensamento e dos Intercessores: O Problema da Imagem do Pensamento, O Conceito de Intercessores; Dos Intercessores Filosóficos: Bergson, Peirce, Kant: Da Imagem em Bérgson, Signo em Peirce, Kant, o Tempo Fora dos Eixos, o “Eu É um Outro”; A Taxionomia Deleuziana do Cinema: Da Natureza da Arte: O Que É o Cinema?, Montagem e Narratividade, As Imagens-Movimento: Imagem-Percepção, Imagem-Afecção, Imagem-Pulsão e Imagem-Ação, As Imagens-Tempo: Imagem-Lembrança, Imagem-Sonho, Imagem-Cristal; Arte e Falsificação: Deleuze e as Potências do Falso: Cinema e Falsificação, Nietzsche e as Potências do Falso, Pensar o Cinema: Cinema e Pensamento, um Devir-Cinema, Considerações Finais.

Bolsas de estudo Canadense

A Embaixada do Canadá abre até o dia 10 de novembro a seleção para os programas de bolsas de estudo do Governo canadense para o período 2007-2008. Os programas são exclusivamente direcionados a PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS que trabalham com pesquisas sobre temas canadenses ou aspectos do relacionamento bilateral entre o Canadá e o Brasil (Faculty Enrichment Program/Bourses de Complément de Spécialisation; Faculty Research Program/Bourses de Recherche) e a doutorandos cujos temas de dissertação estejam relacionados a temáticas canadenses (Governor General Award/Bourses du Gouverneur Général). As informações e os formulários para cada um dos programas estão disponíveis nas páginas:

http://www.dfait-maeci.gc.ca/brazil/br-02a1-pt.asp

http://www.abecan.com.br/bolsas.htm

Assessoria para Assuntos de Educação e de Diplomacia Pública
Embaixada do Canadá
tel. 61 3424-5425 / 5426
Site: http://www.canada.org.br

5 de outubro de 2006

"The Queen" de Stephen Frears: Retrato Constrangedor de uma Rainha Vulnerável

O que impressiona no filme A Rainha de Stephen Frears é a sobriedade e a finesse com que trata os personagens – o trabalho da atriz Helen Mirren (foto) como a Rainha Elizabeth II é nada menos que impressionante – e, a riqueza de detalhes sobre os “bastidores da notícia” – os acontecimentos palacianos que sucedem a morte da Princesa Diana. O filme é minucioso ao apresentar um portrait incrível da família real britânica, às vezes, constrangedor e irônico, com interpretações memoráveis e um roteiro preciso.

O filme mostra como a morte da Princesa se tornou um problema de estado e de luta de poder entre o recém eleito primeiro-ministro Tony Blair e a Rainha da Inglaterra. Enquanto ela tenta tratar do assunto como algo íntimo e reservado à família real seguindo o protocolo oficial, Blair pressente a grande proporção midiática do evento. Ao subestimar o poder da mídia e do mito Diana perante o grande público, a rainha se mostra vulnerável e rancorosa, ao ver cada vez mais sua imagem ser obscurecida por uma ex-princesa. O filme mostra, a criação sábia e oportunista de Blair ao nomear Diana, pela primeira vez, como a Princesa do Povo.

Mesclando imagens de arquivo com imagens ficcionais dos atores, o filme apresenta uma fotografia eficiente nas passagens de imagens num trabalho rigoroso do fotógrafo brasileiro Affonso Beato. O plano de abertura é maravilhoso e dá bem o tom do filme: a rainha está sentada posando com seu manto real para o pintor do palácio, após algumas réplicas de um diálogo afinado e irônico sobre a realeza, em plano fechado enquadrando a barra do manto ao chão, a câmera sobe lentamente mostrando os detalhes da veste até enquadrar o rosto de Elizabeth II, que meio de perfil move em direção à câmera, fixando o olhar para o pintor-público. Ao lado de seu rosto surge o título do filme: A Rainha. Que ninguém tenha dúvidas: este é um filme britânico com humor britânico e sobre britânicos.

Outra cena, descreve bem o respeito que os britânicos tem pela monarquia e a realeza, é quando a rainha sentada sozinha, chora pela primeira (única) vez. A câmera não somente é discreta como se ausenta da cena, não mostrando o rosto de Sua Majestade.

Este é o primeiro filme importante que trata sobre a morte controversa da Princesa Diana. O filme escolheu o caminho mais simples e eficaz, deixar as imagens da princesa e dos eventos se expressarem por si mesmos. Vemos desfilar na tela a imagem da princesa sendo duplicada e digerida por uma mídia ávida e sem piedade. E, a julgar pelas imagens da época e a comoção que elas trazem para a tela hoje, nenhuma ficção parece ser capaz de suprir tal evento ou dar tal veracidade. Nada melhor que imagens documentais para testemunhar todo o circo em torno da supra mediatizada família real. Ao mostrar a mídia, através de suas próprias imagens, no filme, fica claro como a mídia cai sem cesse em sua armadilha: se torna imagem de si própria, num papel patético e redundante. Ela é notícia de si mesma.

O timing do filme é igualmente impressionante, ao retratar a tomada de posse de Tony Blair justamente agora, no momento em que o mesmo se despede do cargo, não poderia ser mais apropriado. Aliás, o filme fecha com um diálogo entre Blair e a Rainha, justamente fazendo alusão a este momento (o reverso da medalha: o que hoje se clama como herói do povo, amanhã poderá ser clamado vilão). Se a rainha subestima no início a proporção de seus atos, no final ela parece tirar bem a lição dos acontecimentos. Ela admite que este poderá ser um dos episódios que irá marcar o seu reinado, que este ano completa 50 anos. Mas, o retrato que o filme apresenta da Rainha da Inglaterra – diferente do portrait oficial do pintor – independente de sua autenticidade ou mesmo de sua ironia, é impiedoso. Ele a flagra num momento de puro constrangimento e vulnerabilidade, mesmo que este tenha sido curto e passageiro. Mas, a julgar pela qualidade do filme este momento perdurará por muito tempo no imaginário coletivo.

Helen Mirren, no papel da Rainha, enriquece cada gesto, olhar ou caminhar do personagem num trabalho minucioso e extraordinário de composição. Seu trabalho como Elizabeth II já lhe valeu o prêmio de melhor atriz na Bienal de Veneza. Aliás, ela se especializou em interpretar nobres e este ano vem ganhando todos os prêmios também das televisões britânicas e americanas por um outro papel como rainha da Inglaterra, desta vez, pela minissérie Elizabeth I.

A Rainha (The Queen, UK, 2006) ganhou ainda o prêmio Fipresci de melhor filme na opinião da imprensa internacional e melhor roteiro para Peter Morgan na Bienal de Veneza. O filme encerra o 25. Festival Internacional de Cinema de Vancouver no dia 13 de outubro. (Hudson Moura)

29 de setembro de 2006

CINEMA ASPIRINAS E URUBUS é a aposta do Brasil para o Oscar 2007





Aproveitando o relançamento do filme nas salas de cinema, vamos colocar algumas fotos e o trailer do filme, Cinema Aspirinas e Urubus, torcendo para que ela consiga todo o reconhecimento que merece também para os Oscars 2007. Com certeza um dos melhores filmes de 2005.

24 de setembro de 2006

Body Worlds: Esculturas Humanas Reais e Polêmicas

Essas esculturas provocam polêmica por onde passam, e como a caravana não pára enquanto os cães ladram, as exposições apresentadas simultâneamente em três cidades ao redor do mundo, já foram vistas por mais de 20 milhões de pessoas em mais de trinta países. O motivo da controvérsia é a utilização de verdadeiros corpos humanos como base para as esculturas. Considerado como uma técnica inovadora e importante para as pesquisas no campo da medicina e da anatomia humana, ela se torna perturbadora e incômoda nos salões de arte. O responsável é o médico alemão Gunther von Hagens mestre no processo da plastinação. O princípio consiste de tomar corpos humanos, dissecá-los e esvaziá-los de seus fluidos orgânicos e mergulhá-los numa composição de silicone e gaz para em seguida colocá-los na posição desejada. Aliás, esta é uma das causas da controvérsia, a posição inexperada de certos corpos de maneira bastante realista, assim como, a utilisação de corpos infantis e mesmo de fetos humanos. Todos os corpos plastinados foram cedidos, tanto para o estudo cientifíco quanto para a exposição. Sempre à procura de novos doadores a lista, por enquanto, já ultrapassa o número de 7 mil pretendentes. Para saber mais sobre o processo ou os próximos locais de exposição, consulte o site oficial: Body Worlds.




Dr. Gunther von Hagens ao lado de algumas de suas esculturas humanas.







22 de setembro de 2006

Meirelles filma "Ensaio sobre a Cegueira" de Saramago

Ensaio sobre a Cegueira vai ser filmado pelo diretor de "Cidade de Deus". O cineasta já havia tentado comprar os direitos do livro em 1997, antes de lançar "Cidade de Deus" e antes do Oscar que consagraria a obra do autor português. Na época, Saramago não concordou em conceder os direitos, argumentando que não havia muito sentido em transformar em imagens uma história sobre a cegueira. Dois anos depois, Saramago aceitou vender os direitos à produtora canadense Rhombus Media e, por obra do destino, caberá a Meirelles assumir a direção de "Blindness" (título do romance em inglês). O filme é uma co-produção entre Brasil, Canadá, Reino Unido e Japão, apresentada oficialmente na segunda (11/09), durante o Festival de Toronto. O filme está orçado em US$ 20 milhões, e será rodado em meados do ano que vem, nos arredores de Toronto e São Paulo. Os produtores esperam lançá-lo até março de 2008.

O livro foi adaptado pelo ator e diretor canadense Don McKellar (A Última Noite 1998, com Sandra Oh). Ele interpretará um personagem secundário no longa.

O romance conta a história de uma praga de cegueira, inexplicável e incurável, que começa num homem sentado no trânsito e, lentamente, se espalha pelo país. À medida que os afetados pela epidemia são colocados em quarentena, em condições desumanas, e os serviços civis começam a falhar, a história segue a mulher de um médico, a única pessoa que não é afetada pela doença que cega todos os outros.

O romance mostra o desmoronar completo da sociedade que, por causa da cegueira, perde tudo aquilo que considera como civilização e, mais que comentar as facetas básicas da natureza humana à medida que elas emergem numa crise de epidemia, Ensaio sobre a cegueira mostra a profunda humanidade dos que são obrigados a confiar uns nos outros quando os seus sentidos físicos os deixam. O brilho branco da cegueira ilumina as percepções das personagens principais, e a história torna-se não só um registro da sobrevivência física das multidões cegas, mas também das suas vidas espirituais e da dignidade que tentam manter.

Na contracapa: "Se puderes olhar, vê. Se podes ver, repara." Livro dos conselhos.

Saramago recebeu o prêmio Nobel de literatura em 1998, três anos após a publicação do livro.

Fontes: Folha de São Paulo e Wikipédia

Acordos Cinematográficos Brasil/Canadá

As inscrições para o Fundo para Desenvolvimento de Projetos de Obras Audiovisuais foram prorrogadas até o dia 24 de setembro. Fruto de um acordo entre os governos brasileiro e canadense, em parceria com a ABPI-TV (Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão), o fundo abre novas perspectivas para quem tem um projeto e faltam recursos para o seu desenvolvimento. Os recursos, de 100 mil dólares, serão divididos entre quatro projetos, e são destinados ao desenvolvimento do trabalho e não para a produção em si. Os vencedores serão anunciados em 6 de outubro, durante o Mipcom, em Cannes. A etapa seguinte será o pitching durante o Hot Docs, evento que acontece em Toronto no final de abril de 2007.

O encontro da delegação brasileira do MinC com representantes do órgão canadense National Film Board (NFB) resultou também na implementação de um programa de cooperação audiovisual entre os dois países. Foram duas reuniões realizadas em Toronto nos dias 11 e 12 de setembro que acertaram um acordo que criará linhas de financiamento para co-produções entre os dois países e lançará edital para a realização de um longa-metragem de animação com artistas e técnicos brasileiros e canadenses, que prevê oficinas de formação técnica no Centro Técnico Audiovisual (CTAv). O acordo inclui ainda ações nos campos da distribuição (com intercâmbio entre os acervos da Cinemateca Brasileira e do NFB) e do desenvolvimento tecnológico, adotando como foco prioritá ;rio as áreas de animação e digitalização de acervos.

Fonte: Tela Viva News, 15/09

13 de setembro de 2006

Oficinas de Realização e Produção Audiovisual

Durante os dias da II Mostra Produção Independente Transborda que acontecerá entre os dias 3 e 7 de outubro no Cine Metrópolis em Vitória, Bernadette Lyra realizará uma oficina sobre os filmes de borda, utilizando o conceito para pensar a produção local e nacional.
Ocorrerá também durante a Mostra TRANSBORDA uma Oficina de Realização: Fazendo Filmes com Seu Manoelzinho, ministrada pelo próprio (Seu Manoelzinho (foto), o famoso cineasta de Mantenópolis que faz filmes de faroeste) e pelo realizador Ricardo Sá. Maiores informações no site da ABD.

Inscrições abertas para a Mostra Produção Independente – TRANSBORDA

Estão abertas até 15 de setembro as INSCRIÇÕES para a II Mostra Produção Independente – TRANSBORDA, cujo objetivo é exibir um panorama do audiovisual capixaba, com destaque para a produção dos filmes de bordas. E ela é competitiva !!

A MOSTRA TRANSBORDA acontecerá entre os dias 3 e 7 de outubro no Cine Metrópolis, no campus da Universidade Federal do Espírito Santo. Serão cinco dias de debates, oficinas e muitos, muitos filmes.

CONCEITO:
O conceito de bordas vem romper com os cânones clássicos do cinema, para destacar a produção audiovisual espontânea, trivial e popular. Os filmes de borda aproveitam e atualizam conteúdos, como também se apropriam da narrativa de outros meios de expressão populares.

PARTICIPAÇÃO:
Poderão ser inscritos os trabalhos audiovisuais realizados no Estado do Espírito Santo de qualquer gênero ou formato, não importando a data de realização nem a sua duração, desde que não tenham sido selecionados na I Mostra Produção Independente realizada em 2004.

INSCRIÇÃO:
pelo site www.abdcapixaba.com.br. Até 15 de setembro.

SELEÇÃO:
Os trabalhos capixabas selecionados participarão da Mostra Competitiva e os trabalhos de outros estados que se afinem com o objetivo da MOSTRA serão convidados pela Comissão Organizadora da Mostra, mas não concorrerão aos prêmios.

PREMIAÇÃO:
Dois prêmios no valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais) concedidos pela comissão julgadora para o trabalho que melhor se encaixe no conceito da MOSTRA, e pelo trabalho mais votado pelo júri popular. Haverá, ainda, um prêmio concedido pelo Conselho Nacional de Cineclubistas, a ser escolhido pelo mesmo.

Votorantim abre seleção pública para projetos culturais

O Grupo Votorantim está com inscrições abertas até o dia 27/10 para o processo de seleção pública de projetos culturais nas mais diversas áreas, como música, artes visuais, cinema, literatura, e patrimônio cultural. O concurso é destinado à produtores e promotores culturais, empresas e instituições com projetos previamente aprovados, ou a serem aprovados até o final da seleção, pelas leis de incentivo à cultura, Rouanet e do Audiovisual. O grupo irá destinar R$ 4 milhões para financiar os projetos classificados, tanto na área de produção como exibição; circulação; difusão e distribuição; formação de público e mediadores; e práticas culturais.
Fonte: Notícias do MinC, 12/09

7 de setembro de 2006

Festival de Vancouver se firma como segundo maior festival de cinema do Canadá


O 25º Festival Internacional de Cinema de Vancouver que acontece entre os dias 28 de setembro à 13 de outubro anunciou ontem (06/09) a lista completa dos filmes selecionados. Serão exibidos 300 filmes provindos de cinqüenta países. Um quarto dessa lista são de filmes canadenses entre curtas, médias e longas-metragens. Com a guerra de festivais em Montreal, o festival de Vancouver passou a ser o segundo maior do Canadá em público, enquanto que o Festival de Cinema de Toronto já ocupa o segundo lugar no mundo, perdendo apenas em termos de importância e público para Cannes.

Pedro Almodóvar é quem abre o festival de Vancouver com o seu último longa “Volver”, onde reúne duas de suas atrizes fetiches - Penélope Cruz e Carmem Maura. E, o inglês Stephen Frears encerra o festival com “The Queen”, filme que promete muito debate quando entrar em cartaz nos cinemas britânicos na semana que vem. Helen Mirren na pele da rainha da Inglaterra, Elizabeth II, está no centro do conflito de interesses e de intrigas entre a Whitehall e o Castelo de Windsor na época da morte da princesa Diana.

O festival apresenta este ano uma mostra especial do cinema na Alemanha com a exibição de 20 filmes da nova geração de cineastas alemães. Outro destaque é a aguardada e famosa mostra anual do cinema Sul-Asiático: “Dragões e Tigres”.

O Brasil será representado pelos longas “Quanto vale ou é por quilo?” de Sérgio Bianchi, o documentário “Vinícius” de Miguel Faria Jr. e o sucesso nacional “Dois filhos de Francisco” de Breno Silveira.

Destaques
O mais esperado filme canadense é “Everything’s gone green” roteiro original do escritor best-seller canadense Douglas Coupland dirigido por Paul Fox. Outros destaques são “Away from her” o primeiro filme dirigido pela atriz Sarah Polley baseado num conto de Alice Munro; “Congorama” do quebequense Philippe Falardeau e, uma retrospectiva do trabalho de Norman Maclaren (1914-1987) cineasta de animação ganhador de mais de 200 prêmios internacionais.

A mostra Dragões e Tigres exibe os sucessos coreanos “The Host” de Bong Joon-Ho, “The king and the clown” de Lee Jun-Ik e “No mercy for the rude” de Shin Ha-Kyun; os chineses “Still Life” de Jia Zhangke – destaque do último festival de Veneza (fora da competição) e Betelnut de Yang Heng; os japoneses “Lost in Tokyo” de Ikawa Kotaro e “Dog days dream” de Ichii Msahide; o taiwanês “Do over” de Cheng Yu-Chieh; o tailandês “Stories from the north” de Uruphong Raksasad; e, o filipino “Todo todo teros” de John Torres.

Outros destaques do festival são os filmes egípcio “The Yacoubian Building” de Marwan Hamed, o mais ambicioso projeto do cinema árabe dos últimos anos. Da França o destaque é o ganhador de vários Césars “Le Petit Lieutenant” de Xavier Beauvois com Nathalie Baye interpretando uma agente de polícia com problemas alcoólicos.

Os documentários prometem muito debate como sempre, mas nesta edição do festival os destaques são as ações militares no Oriente Médio e a cultura mulçumana. “My country my country” da diretora americana Laura Poitras, enfoca o dia-a-dia dos iraquianos sob a ocupação americana enquanto o filme de Rob McGann “American Zeitgeist: crisis and conscience in an age of terror” faz um balanço desde a Guerra-Fria nas montanhas do Afeganistão até a queda das torres gêmeas. “The smell of paradise” de Mariusz Pilis e Marcin Mamon mostra o ponto de vista e a necessidade dos isralenses de compreender o que se passa pela cabeça dos mulçumanos e a idéia do Paraíso Islâmico. “Hamburg lectures” do alemão Romuald Karmakar é uma entrevista com o chefe do mosqueiro de Hamburgo, de onde três de seus membros faziam parte do atentado do onze de setembro. Outro filme alemão “The judge and the fanatic” de Tom Meffert analisa a questão do extremismo mulçumano no Iêmen.

Hudson Moura
07/09/2006

Destaques do 63º Festival de Veneza

Longa chinês leva título de filme revelação em Veneza.
O filme chinês "Sanxia Haoren" (Still Life), de Jia Zhang-ke, foi anunciado nesta segunda-feira (04/09) como filme revelação pela direção do 63º Festival de Veneza Considerado um dos mais prestigiados representantes do cinema independente de seu país, Jia estreou em 1998 com o longa-metragem "Xiaown". Logo em seguida, em 2000, lançou "Zhantai". Em 2004 foi convidado a participar do Festival de Veneza com o filme "Shijie". "Sanxia Haoren" é o único filme chinês em concurso, além de um de Hong Kong e outro de Taiwan.
Fonte: Folha Online, 04/09


Veneza elogia filme de Karim Aïnouz, "O Céu de Suely".
Um retrato sincero e lírico sobre a condição da mulher no Brasil: assim foi definido pela crítica o filme "O Céu de Suely", do brasileiro Karim Aïnouz, exibido na mostra Horizontes do Festival Veneza. A história de uma jovem de 21 anos que busca a emancipação, filmada no desértico e pobre Nordeste do Brasil, foi bem recebida pelo público veneziano, que apreciou a alegria, a honestidade e a ausência de exotismo da obra. "É um filme sincero e lírico, embora o tema não seja uma novidade", afirma o crítico do jornal veneziano "Il Gazzettino", que reconhece a força, a coragem e a ternura da personagem principal do filme, protagonizado por Hermila Guedes. O longa-metragem, que descreve com sabedoria o ritmo de uma pequena cidade do interior, os empregos humildes dos moradores para ganhar a vida, como lavar carros e dirigir um táxi-moto até a zona de prostituição, constitui um olhar cru do Brasil moderno.
Fonte: Folha Online, 04/09


Drama sobre família real britânica é o primeiro grande favorito do festival.
"The Queen", uma reconstrução da crise na monarquia britânica em 1997 provocada pela morte da princesa Diana, está sendo visto como o favorito para levar os prêmios mais importantes do Festival de Cinema de Veneza este ano. Nesta segunda-feira (04/09), sexto dia do evento, os críticos e o público estão fazendo reverências diante do filme de Stephen Frears. Os dois outros filmes que vêm sendo apontados como favoritos entre os 21 que integram a competição oficial são ''Private fears in public places'', do cineasta francês Alain Resnais, e "Children of men", do mexicano Alfonso Cuarón. "A dália negra'', que ganhou atenção ao inaugurar o festival este ano, recebeu críticas mistas. Scarlett Johansson protagoniza uma história baseada no hediondo assassinato da atriz novata de Hollywood Elizabeth Short, em 19 47.
Fonte: Globo Online, 09/04

Filme de Diegues leva principal prêmio no Festival de Montreal

O filme brasileiro "O maior amor do mundo" e o japonês "Nagai Sanpo" dirigido por Eiji Okuda compartilharam o prêmio principal no Festival de Cinema do Mundo de Montreal, no Canadá. O filme de Cacá Diegues conta a história de Antonio (José Wilker), astrofísico brasileiro que fez fama e fortuna nos Estados Unidos. Diagnosticado com câncer, volta ao Brasil e parte em busca da mãe biológica, que ele nunca conheceu. O prêmio "Glauber Rocha" para melhor filme latino-americano foi para "Mariposa Negra", do peruano Francisco Lombardi, realizada em co-produção com a Espanha.

Lista completa dos principais prêmios:

Grande prêmio das Américas ex-aequo:
NAGAI SANPO (UNE LONGUE MARCHE) de Eiji Okuda (Japão)
O MAIOR AMOR DO MUNDO (LE PLUS GRAND AMOUR DU MONDE) de Carlos Diegues (Brasil)

Grande prêmio Especial do júri:
SNOW IN THE WIND de Yang Yazhou (China)

Melhor diretor:
GYMNASLAERER PEDERSEN (COMRADE PEDERSEN) de Hans Peter Moland (Noruega)

Melhor contribuição artística:
Guy Dufaux pour LES FILLES DU BOTANISTE CHINOIS de Dai Sijie (França/Canada)

Melhor atriz:
NI PING pour le film SNOW IN THE WIND de Yang Yazhou (China)

Melhor ator:
FILIP PEETERS pour le film DEL HEL VAN TANGER (ENFER À TANGER) de Frank Van Mechelen (Bélgica/Espanha)

Melhor roteiro:
WARCHILD de Christian Wagner (scénario de Edin Hadzimahovic (Alemanha/Eslovênia)


Curta-metragens:

Melhor curta:
RÉVOLUTION de Xavier Diskeuve (Bélgica)

Prêmio do Júri:
CHECKPOINT de Ben Phelps (Austrália)

Melhor primeiro filme de longa-metragem ficção:
MÁS QUE A NADA EN EL MUNDO (PLUS QUE TOUT AU MONDE) de Andrés León Becker et Javier Solar (México)

Prêmio do Público:
LES FILLES DU BOTANISTE CHINOIS de Dai Sijie (França/Canada)

Prêmio Glauber Rocha para melhor filme Latino-Americano:
MARIPOSA NEGRA de Francisco Lombardi (Peru/Espanha)

Melhor documentário:
L'ART DE VIEILLIR de Jean-Luc Raynaud (França)

Festivais de Havana e Brasília recebem inscrições

Mais de 500 filmes, a maioria de Brasil e Argentina, estão inscritos para competir no 28º Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano, que será realizado entre 5 e 15 de dezembro em Havana, informaram os organizadores. Do total, 278 filmes concorrerão na categoria longa-metragem de ficção, 233 na de documentários e o restante na de filmes de animação e cinema experimental. O programa envolve ainda uma ampla e representativa mostra do cinema contemporâneo internacional. As incrições continuam abertas até o dia 15 de setembro.
Fonte: Terra, 30/08


Vão até 30/9 as inscrições de filmes as mostras competitivas do 39º Festival de Brasília , que será realizado de 21/11 a 28/11. Podem participar títulos em 16 mm e 35 mm, de curta, média e longa-metragem. Serão distribuídos R$ 345 mil em prêmios.
Fonte: Folha de São Paulo, 02/09

Te vi no You Tube

O You Tube é, hoje, o serviço que mais se aproxima do conceito de televisão sob demanda, aquela na qual o telespectador monta sua própria grade de programação, assiste apenas ao que lhe interessa e quando puder. Um ano depois de lançado, o serviço de veiculação de vídeos na internet já conta com 20 milhões de assinantes que assistem a mais de cem milhões de vídeos por dia. Depois de seduzir o internauta, o You Tube, agora, passa a ser assediado por gravadoras, profissionais de cinema e vídeos, que já vêem no download gratuito de vídeos a mídia perfeita de divulgação de produtos. O serviço recebe em média 35 mil novos vídeos por dia e é visitado, só no Brasil , por mais de 2,6 milhões de usuários no Brasil. Só em julho, o serviço cresceu 53% no país. O Brasil, com 20% dos internautas visitando o site, já é, proporcionalmente, o segundo país do mundo que mais usa o You Tube. o símbolo maior da revolução é o curta "Tapa na Pantera". Dirigido pelos cineastas paulistanos Esmir Filho, Rafael Gomes e Mariana Bastos, o filme virou uma febre entre os internautas do país. Com várias versões, ele mostra Maria Alice Vergueiro na pele de uma personagem que discorre sobre sua relação com a maconha. Uma das versões já foi assistida por mais de 600 mil pessoas. Vencedor do Prêmio Destaque do Júri do Gramado Cine Vídeo, que aconteceu paralelamente ao último Festival de Gramado, "Tapa na Pantera", segundo Esmir Filho, caiu na rede graças a um acaso, atendendo a pedidos de amigos que o pediam para enviar o curta pela web. Para o diretor, o sucesso é apenas um "fenômeno espontâneo gerado pela internet".
Fonte: O Globo, 02/09, matéria


Tapa na Pantera



Direção: Esmir Filho, Rafael Gomes e Mariana Bastos

Interpréte: Maria Alice Vergueiro
Duração: 3'36''

6 de setembro de 2006

São Paulo destina R$ 20 milhões à cultura por meio de incentivo fiscal

As empresas sediadas em SP interessadas em patrocinar projetos culturais por meio de incentivo fiscal já podem se inscrever no Programa de Ação Cultural (PAC) através do site da Secretaria da Fazenda do Estado. Todos os participantes que fizerem seu cadastro no decorrer do mês de setembro poderão liberar recursos de patrocínio para artistas ou produtores após 1º de outubro. O estado liberará R$ 20 milhões para investimento em cultura através de renúncia fiscal, por meio de isenção de ICMS.
Fonte: Tela Viva News, 30/08

4 de setembro de 2006

Andrzej Dragan

Eu não sei o que me impressiona mais no fotógrafo Polonês Andrzej Dragan, se as fotos ou a biografia dele! As fotos são incríveis, mesmo que a técnica fotográfica se utiliza de muitos subterfúgios de "retoques digitais"... a expressão dos fotografados e a composição do quadro são de uma qualidade extraordinária. Quanto a biografia de Dragan é algo mais ou menos assim: começou a fotografar há apenas três anos, em 2003, e já conta com uma série de exposições e prêmios pela Europa. Tem menos de trinta anos e possui um PhD em física quântica, acumulando assim várias profissões: fotógrafo publicitário, cientista e professor universitário. Haja tanta eficiência. Confira o currículo e o trabalho fotográfico de Andrzej Dragan.























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